segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

NOVAS OPORTUNIDADES... Novo oportunismo


EIS A OPINIÃO DE ALGUÉM QUE COMEÇOU A FREQUENTAR AS NOVAS ......

As novas oportunidades podiam ser algo de interessante,se funcionassem como deve ser; isto é, o processo RVCC apenas certificava quem tinha os conhecimentos necessários, enquanto o EFA dava a formação necessária a quem não a tinha.
Mas não é assim e eu sei do que falo. Tenho alguns meses de frequência no EFA secundário, mas quando percebi que me queriam mesmo impingir um diploma, tratei de me pôr ao fresco.

Em primeiro lugar somos obrigados a escrever a nossa história de vida,coisa que não acho minimamente ética, pois a vida pessoal é de cada um, que deve ser livre de a contar ou não. Também nunca percebi para que serve tal obrigação e até o facto de querem fotos e tudo.

O resto baseia-se em seis trabalhos, sobre os temas de vida, e um projecto final.
Quanto à formação que era suposto ser dada,ficou muito reduzida e ainda assim só aconteceu por insistência de alguns (poucos) formandos e creio que de alguns formadores que tentavam levar a coisa mais a sério. Mas era muito pouca e rápida. Aquilo que nós aprendiamos ou que tinhamos capacidade para aprender não contava para nada.

Apenas os trabalhos davam créditos. São necessários, no mínimo, 44 de um total de 88 créditos possíveis.

Quanto ao referencial de competências chave não serve para nada, pois a pessoa pode ser certificada e nem conseguir escrever uma frase sem dar meia dúzia de erros, já para não dizer que os trabalhos podem ter sido feitos por terceiros.
Também me apercebi que os trabalhos iriam ser corrigidos até à exaustão, até não restar uma única vírgula fora do lugar e claro, estarem lá no mínimo os 44 créditos.

Com tanta correcção alguns trabalhos serão mais obra dos formadores que dos formandos.
Mas tem que ser assim, o governo quer e as escolas ou entidades que ministram os cursos querem receber o subsídio, que já ouvi dizer não é pouco...

O projecto final também tem que se lhe diga. Por exemplo, se o formando estiver a construir uma casa pode aproveitar o projecto feito pelo arquitecto...

Os cursos EFA secundário têm uma carga horária de 1150 horas, ao longo de mais ou menos 18 meses, que bem aproveitados em formação dariam melhor resultado.

Quanto à assiduidade nem é bom falar: as pessoas já sabem que vão ter o diploma de qualquer maneira, portanto não estão para se chatear.

Tem razão o José Sérgio Costa quando fala na possível desmotivação dos alunos do ensino regular, face a estes facilitismos. Uma vez coloquei essa questão ao coordenador de curso... não obtive resposta.
Muito mais havia para dizer, mas fico por aqui...

Filipa Lopes

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