domingo, 15 de novembro de 2009

Escola Diocesana de Música Sacra de Aveiro (EDMUSA) inicia novo ano lectivo

Escola Diocesana de Música Sacra de Aveiro (EDMUSA) inicia novo ano lectivo

Caríssimos:
Os meus cordiais cumprimentos.
Como profissional da Música e director de um grupo coral, em Braga (arredores), gostaria, para minha formação e informação, de receber mais informações sobre as actividades da EDMUSA e, naturalmente, sobre a eficiência dessa Escola na formação e participação activa dos fiéis na acção litúrgica.
Respeitosamente, A. Costa Gomes (acostagomes@gmail.com)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

VARA.... NO ARMANDO!

UM DIA, QUANDO FOR VELHINHO E OS MEUS FILHOS SENTIREM SAUDADES DO PAI, PODERÃO PASSAR POR AQUI E CONHECER MELHOR A PODRIDÃO MORAL E SOCIAL DESTAS DUAS DÉCADAS DE LIBERDADES "LIBERTINAS"


"O Factor Vara"... por Miguel Sousa Tavares (que não tirou a licenciatura ao domingo, mas fez a pós-graduação antes da licenciatura).
Toda a 'carreira', se assim lhe podemos chamar, de Armando Vara, é uma história que, quando não possa ser explicada pelo mérito (o que, aparentemente, é regra), tem de ser levada à conta da sorte. Uma sorte extraordinária. Teve a sorte de, ainda bem novo, ter sentido uma irresistível vocação de militante socialista, que para sempre lhe mudaria o destino traçado de humilde empregado bancário da CGD lá na terra. Teve o mérito de ter dedicado vinte anos da sua vida ao exaltante trabalho político no PS, cimentando um currículo de que, todavia, a nação não conhece, em tantos anos de deputado ou dirigente político, acto, ideia ou obra que fique na memória.
Culminou tão profícua carreira com o prestigiado cargo de ministro da Administração Interna - em cuja pasta congeminou a genial ideia de transformar as directorias e as próprias funções do Ministério em Fundações, de direito privado e dinheiros públicos. Um ovo de Colombo que, como seria fácil de prever, conduziria à multiplicação de despesa e de "tachos" a distribuir pela "gente de bem" do costume. Injustamente, a ideia causou escândalo público, motivou a irritação de Jorge Sampaio e forçou Guterres a dispensar os seus dedicados serviços. E assim acabou - "voluntariamente", como diz o próprio - a sua fase de dedicação à causa pública. Emergiu, vinte anos depois, no seu guardado lugar de funcionário da CGD, mas agora promovido por antiguidade ao lugar de director, com a misteriosa pasta da "segurança". E assim se manteve um par de anos, até aparecer também subitamente licenciado em Relações Qualquer Coisa por uma também súbita Universidade, entretanto fechada por ostensiva fraude académica. Poucos dias após a obtenção do "canudo", o agora dr. Armando Vara viu-se promovido - por mérito, certamente, e por nomeação política, inevitavelmente - ao lugar de administrador da CGD: assim nasceu um banqueiro. Mas a sua sorte não acabou aí: ainda não tinha aquecido o lugar no banco público, e rebentava a barraca do BCP, proporcionando ao Governo socialista a extraordinária oportunidade de domesticar o maior banco privado do país, sem sequer ter de o nacionalizar, limitando-se a nomear os seus escolhidos para a administração, em lugar dos desacreditados administradores de "sucesso". A escolha caiu em Santos Ferreira, presidente da CGD, que para lá levou dois homens de confiança sua, entre os quais o sortudo dr. Vara. E, para que o PSD acalmasse a sua fúria, Sócrates deu-lhes a presidência da CGD e assim a meteórica ascensão do dr. Vara na banca nacional acabou por ser assumida com um sorriso e um tom "leve".
Podia ter acabado aí a sorte do homem, mas não. E, desta vez, sem que ele tenha sido tido ou achado, por pura sorte, descobriu-se que, mesmo depois de ter saído da CGD, conseguiu ser promovido ao escalão máximo de vencimento, no qual vencerá a sua tão merecida reforma, a seu tempo.
Porque, como explicou fonte da "instituição" ao jornal "Público", é prática comum do "grupo" promover todos os seus administradores-quadros ao escalão máximo quando deixam de lá trabalhar. Fico feliz por saber que o banco público, onde os contribuintes injectaram nos últimos seis meses mil milhões de euros para, entre outros coisas, cobrir os riscos do dinheiro emprestado ao sr. comendador Berardo para ele lançar um raide sobre o BCP, onde se pratica actualmente o maior spread no crédito à habitação, tem uma política tão generosa de recompensa aos seus administradores - mesmo que por lá não tenham passado mais do que um par de anos. Ah, se todas as empresas, públicas e privadas, fossem assim, isto seria verdadeiramente o paraíso dos trabalhadores!
Eu bem tento sorrir apenas e encarar estas coisas de forma leve. Mas o 'factor Vara' deixa-me vagamente deprimido. Penso em tantos e tantos jovens com carreiras académicas de mérito e esforço, cujos pais se mataram a trabalhar para lhes pagar estudos e que hoje concorrem a lugares de carteiros nos CTT ou de vendedores porta a porta e, não sei porquê, sinto-me deprimido. Este país não é para todos.
P.S. - Para que as coisas fiquem claras, informo que o sr. (ou dr.) Armando Vara tem a correr contra mim uma acção cível em que me pede 250.000 euros de indemnização por "ofensas ao seu bom nome". Porque, algures, eu disse o seguinte: "Quando entra em cena Armando Vara, fico logo desconfiado por princípio, porque há muitas coisas no passado político dele de que sou altamente crítico". Aparentemente, o queixoso pensa que por "passado político" eu quis insinuar outras coisas, que a sua consciência ou o seu invocado "bom nome" lhe sugerem. Eu sei que o Código Civil diz que todos têm direito ao bom nome e que o bom nome se presume.
Mas eu cá continuo a acreditar noutros valores: o bom nome, para mim, não se presume, não se apregoa, não se compra, nem se fabrica em série – ou se tem ou não se tem. O tribunal dirá, mas, até lá e mesmo depois disso, não estou cativo do "bom nome" do sr. Armando Vara. Era o que faltava!
Acabei de confirmar no site e está lá, no site institucional do BCP.
Vejam bem os anos de licenciatura e de pós-graduação!!!!!:

Armando António Martins Vara
Dados pessoais:
Data de nascimento: 27 de Março de 1954
Naturalidade: Vinhais - Bragança
Nacionalidade: Portuguesa
Cargo: Vice-Presidente do Conselho de Administração Executivo
Início de Funções: 16 de Janeiro de 2008
Mandato em Curso: 2008/2010 Formação e experiência Académica
Formação:
2005 - Licenciatura em Relações Internacionais (UNI)
2004 - Pós-Graduação em Gestão Empresarial (ISCTE)
http://www.millenniumbcp.pt/pubs/pt/grupobcp/quemsomos/orgaossociais//article.jt
ml?articleID=217516
http://www.millenniumbcp.pt/pubs/pt/grupobcp/quemsomos/orgaossociais/article.jh
tml?articleID=217516
Extraordinário... CV de fazer inveja a qualquer gestor de topo, que nunca
tenha perdido tempo em tachos e no PS! Conseguiu tirar uma Pós-graduação
ANTES da licenciatura...
Ou a pós-graduação não era pós-graduação ou foi tirada com o mesmo
professor da licenciatura, dele e do Eng. Sócrates...
E viva o BCP e o seu "bom nome"!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

SANTANA CASTILHO.... terá razão?

ISABEL ALÇADA, SEGUNDO SANTANA CASTILHO

É uma opinião!!

Aqui me têm como sou, dizendo aos que têm a generosidade de me ler o que me vai na alma. Não sou hipócrita nem cultivo falsos respeitos. Se vejo claro o que aí vem, por que insípida postura me iria escudar em convenientes benefícios de dúvida? Qual benefício para quem afirmou, com sorriso de leste a oeste, à espera dos aplausos da plateia, dar o seu “inteiro apoio à política educativa que tem vindo a ser seguida” e considerar “que é importante a prossecução e aprofundamento do trabalho que tem vindo a ser realizado”?

Esta é a segunda referência escrita que faço à actual ministra da Educação. A anterior já me valeu 3 mimos: inconveniente, radical e extremista. Assim seja. Sou inconveniente para os dissimulados e radical para os que se especializaram em protelar. Aceito o extremismo. Mas mais extremistas que eu são os que atacaram extremamente os professores, a escola pública e o ensino sério. E esses vão continuar, enquanto não se lhes responder de forma extremamente resoluta.

De Isabel Alçada conheciam-se meia centena de livros de fantasias para crianças. Mas nenhuma ideia expressa sobre Educação, para adulto ler. Hoje já temos 3 discursos políticos, bem recentes, e um quadro de comunicação não verbal, que só escapa aos incautos. Tudo visto, são discursos que revelaram uma organização de ideias confrangedora, recheados dos clichés repetidos ad nauseam durante os últimos 4 anos, medíocres do ponto de vista da semântica e da construção frásica, onde os erros de concordância surpreendem.
Ficou-lhe mal elogiar tanto o seu Plano Nacional de Leitura. Esse e o da Matemática. Os planos nacionais são expedientes a que se recorre quando as primeiras instâncias falham e não se sabe corrigir o que está mal. Custam muito dinheiro, jogado em cima do que já existe para obter os mesmos resultados. No caso da leitura, o plano sucedeu a anos a menosprezar o ensino do Português, a substituir os clássicos por panfletos de cordel e a tornar a gramática para crianças numa charada de linguistas. No que toca à Matemática, entregou-se a concepção e a execução do plano aos que tinham sido apontados como responsáveis pela situação que o mesmo se propunha corrigir. Sem mais! Esta é a sinopse do verdadeiro contexto de elogios ocos.

Ficou-lhe mal dizer que o Magalhães e o plano tecnológico nos tinham colocado na primeira linha do desenvolvimento. São tiques de deslumbramento terceiro-mundista, sem credibilidade, que minam o desejável recato de qualquer começo. Ficou-lhe mal a alusão encomiástica às novas oportunidades e ao ensino profissional. Os professores sabem que, descontadas poucas situações de funcionamento sério, uma e outra iniciativa são farsas e manipulações grosseiras das pessoas e das instituições. Ficou-lhe muito mal a protecção que deu à clausura das crianças na escola, de sol a sol, e a cobertura que não regateou à moderna escravização administrativa dos docentes. Foi-lhe desfavorável a versão, inverosímil, segundo a qual o convite e a aceitação surgiram momentos após a sua declaração pública em contrário e escassas horas antes do anúncio oficial. Aceitaram os que acreditam no Pai Natal. Numa palavra, fez o suficiente para que nenhum professor prudente acredite nela. Para início e em tão pouco tempo, pior seria difícil.

Não espanta que Isabel Alçada seja ministra sem anteriormente ter sentido necessidade de dizer o que pensa do sistema educativo. Sócrates pensará por ela. Lurdes Rodrigues já pensou por ela. Aliás, no fim da cerimónia de remodelação governamental, a agora ex-ministra foi profética quando sublinhou, repetidas vezes, com o cinismo que a caracteriza, a sua muita confiança no novo governo. Os mais atentos sabem que tem razão, porque Isabel Alçada não tem identidade política. Melosa e sorridente, foi alistada para continuar a contar histórias, agora aos professores. Da política tratará Sócrates, Silva Pereira, Santos Silva e Francisco Assis.

Fala-se muito no poder da Assembleia da República para corrigir os erros de política educativa da anterior legislatura. Mas desvaloriza-se, nessa fé, a circunstância de Sócrates não os reconhecer. Desvaloriza-se, nessa compreensível ânsia de sacudir um jugo de 4 anos, que uma coisa é a cavalgada fácil do descontentamento generalizado, para colher votos, outra é entender a importância estratégica da Educação. Como tal, a realidade mostra que os partidos, todos os partidos, a ignoram.

Imediatamente após ter sido indigitado primeiro-ministro, Sócrates assumiu, para espanto dos sensatos, que tanto lhe dava uma coligação com o PSD, como com o PCP, CDS ou BE. Revelou assim, sem delongas, a ideologia do PS que lidera e a manhosice que porá na navegação táctica que se segue. Na peugada, aliás, recordo-o para os de memória curta, de Soares e Guterres: o primeiro meteu rapidamente o socialismo na gaveta, para governar com o CDS; o segundo trocou sem rebuços a coerência política por umas fatias de queijo Limiano.

Com este pano de fundo, espera-nos uma aventura de curvas à direita e contra-curvas à esquerda. No primeiro cruzamento, podemos ser surpreendidos por um paradoxo: para suspender tacticamente um modelo de avaliação do desempenho que já não existe, reforçaremos estrategicamente um poder que se instala sob a nossa ingenuidade. Não me entendem? Estejam atentos aos próximos capítulos! Fonte: Público de 28(10/09
Santana Castilho

MAS SERÁ POSSÍVEL?!!!!

ISABEL ALÇADA

ACEITANDO COMO VERÍDICO O QUE AQUI SE REFERE (NESTE PAÍS JÁ NADA CAUSA ESPANTO OU FERE O PUDOR) ..NÃO SE PODE DIZER QUE,NO MÍNIMO, NÃO HAJA UMA CERTA COERÊNCIA (HOMOGENEIDADE). DE FACTO, PARA SERVIR COM UM 1º MINISTRO CUJAS HABILITAÇÕES ACADÉMICAS SÃO CONHECIDAS NÃO SE PODERIAM EXIGIR PROF. DOUTORES,PROF.ENGENHEIROS ETC,ETC. ASSIM OS ACTORES SENTEM-SE MUITO MAIS À VONTADE E TODOS
ACABAM POR FALAR A MESMA LINGUAGEM!!! POBRES DE DEUS !!!!E DO DIABO. O QUE ESTAVA A SER NECESSÁRIO,SIMPLESMENTE; ERA UMA ESPECIAL EQUIPA DE VETERINÁRIOS GARANTIR A SAÚDE A ESTES MOLUSCOS. VC

Currículo oficial distribuído:
Ministra da Educação, Drª. Isabel Alçada (Maria Isabel Girão de Melo Veiga Vilar) –
59 anos, escritora. Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Mestre em Análise Social da Educação pela Universidade de Boston. Exadministradora da Fundação de Serralves (2000-2004). Professora Adjunta da Escola Superior de Educação de Lisboa. Exerce actualmente funções como Comissária do Plano Nacional de Leitura.

A realidade:
A Sra. Dra. Isabel Alçada (que além de excelente escritora de livros – currículo profissional – tem a virtude de estar casada com Rui Vilar – currículo político), apresenta como currículo de governante o que está acima.
Cerca de 200 pessoas como ela, frequentaram nos idos dos anos 80’s (claro que diversos anos) um curso de Verão, de dois meses, na Universidade de Boston. Esses senhores, todos eles ligados às ESE’s (Escolas Superiores de Educação), voltaram para Portugal depois do estio, e como as ESE’s, em pleno desenvolvimento dessa fraude que foram e são os Institutos Politécnicos, precisavam de mestres para lhes atribuir a categoria de Professores Adjuntos (nos Inst. Polit. basta o mestrado para se atingir o topo da carreira – Prof. Coordenador), dirigiram-nos a algumas Universidade de província (Évora, Algarve, Minho e etc.) para aí obterem a equivalência dos cursos de Verão, de dois meses, da Universidade de Boston, a mestrados (grau académico do ensino universitário). A certa altura, creio que em 1987 ou 1988, o Ministro da Educação da altura (Roberto Carneiro?) pôs fim a isso. Entretanto, cerca de duas centenas de falsos mestres iniciavam as suas carreiras nos IP’s. Foi o caso da dra. Isabel Alçada.
E é isto que vai para Ministra da Educação...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ELE AÍ ESTÁ DE NOVO...

O povo Português deve ser masoquista! Não dá para entender como entrega o seu voto a quem tanto o tem "apunhalado"! É certo que obteve uma "vitória": tirou a maioria ao ditador. É obrigado, agora, a conversar com os outros para tomar decisões mais sérias e graves.
Depois de tanto maltratar os professores a ponto de fazer deles uns burocratas ao serviço de coisa nenhuma; depois de tanto maltratar as autoridades militares e militarizadas, não só em termos de salários mas também em termos de prestígio socio-profissional; depois de, com arrogância e galo de capoeira, ter imposto aos funcionários públicos "agentes secretos" dentro dos seus próprios serviços a ponto de não saberem em quem confiar; depois de criar conflitos com a justiça chamando-lhes "parasitas improdutivos" e impondo-lhes regras que nem para meados do séc. XXI irão ser cumpridas- refiro-me à obrigatoriedade de utilização do "citius"- pois os computadores estão sempre "out"; depois de terem verificado que a vida do primeiro ministro é tão escura que parece coberta com uma nuvem impenetrável..... AINDA O CREDENCIARAM, NOVAMENTE, PARA FORMAR GOVERNO!!! Não entendo.
Vamos continuar com as Novas Oportunidades que, mais tarde ou mais cedo, vão criar um conflito social com aqueles que, concorrendo a determinado lugar com as habilitações adequadas, vão encontrar-se em igualdade de circunstâncias com os concorrentes vindos das Novas Oportunidades! É justiça social, não é?
Vamos continuar a preterir as famílias, cristãs ou não, legitimamente constituidas em favor das "famílias de ocasião". É justiça social, não é?
Vamos - está na forja- equiparar os "gays" (que charalho será isto?) ao casamento tradicional com todos os direitos, até adopção de filhos, dos outros. Rico ambiente para educar seja quem for!
A aposta dos nossos governantes, para além das megalomanias construtivas para não ficarmos "atrás da Europa" - complexo de..... - é no "quanto pior, melhor". Quem vier atrás que feche a porta.
Que triste sina a do Povo Português!!!! Sempre à espera de D. Sebastião, criança sonhadora! Quando virá o dia em que esta gente coloca os pés bem assentes na terra e olha o futuro como uma conquista através da luta e do sacrifício!? Alguma vez se construiu sem este ingrediente? Portugal tornou-se, para vergonha dos mais humildes e simples, num covil de ladrões e de oportunistas. De momento, poucos políticos se aproveitam como pessoas íntegras, sérias, honestas, trabalhadoras. Precisamos, urgentemente, de um "messias". É urgente, como Diógenes, pegar numa candeia e, à luz do dia, procurar um HOMEM para o propor como exemplo a esta sociedade consumista, hedonista, hipócrita e mentirosa.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

PORTUGAL A ARDER


Se me perguntassem, como acontece no programa "nós por cá" da SIC, "se mandasse, o que faria?", a minha resposta seria simples, economicamente viável e produtiva para o País. Estou a referir-me, claro está, ao título desta conversa.
Andam, desde há muitos anos, os políticos "intrigados" - será?- com tantos incêndios no nosso País. Mas... quererão mesmo acabar com eles ou dar muitos milhões a ganhar a certas empresas "apagadoras" de incêndios!... Não. Não se trata dos bombeiros. Esses são as primeiras vítimas de uma política desavergonhada. Vamos por partes.
O que permite aos "malandrecos" - dizem que sofrem todos do foro psiquiátrico!- atear os incêndios? O facto de haver muito lixo e abundância de "manta morta" não só junto às estradas como por todas as matas. É mentira? Quem deveria limpar as florestas? Os donos, com certeza. Como não limpam.... também não são obrigados.
Resultado: os pirómanos experimentam a qualidade dos fósforos, vêem que resulta e, de longe, fruem o espectáculo. Às vezes corre mal a brincadeira a algum e... lá vai preso por alguns dias. Mas o espectáculo começou. O bombeiros- quantos já morreram!- são os primeiros a chegar. Como levam pouca água, a possível, depressa ficam sem matéria prima para continuar o seu trabalho deixando que o fogo cumpra a sua função: queimar. Surgem, então, os heróis do ar- também já morreram muitos!- com helicópteros e aviões num constante vai-e-vem como que a "matar" o incêndio com umas "manadas" de água. Quantas vezes têem de voltar no dia seguinte.... Mas estes, os pilotos e aparelhos, ganham "grossa massa" que o Zé terá de pagar mais tarde ou mais cedo. E toda esta tragédia de muitos milhões, todos os anos, porquê? Simplesmente porque não querem fazer o que deveria ser feito: limpar as matas. Como? 1. Obrigando os donos; 2.Limpando e enviando a conta aos donos; 3. Enviando quem recebe o salário mínimo de reinserção social (mesmo dando-lhes mais algum) fazer esse trabalho; 4. Aplicando o dinheiro que gastam com os bombeiros e com as aeronaves na tarefa de limpeza; 5. Aproveitando aquilo que recolhem das matas para produzir energia.
É uma ideia tola? Gostava que mo provassem. Na natureza nada se perde e nada se cria: tudo se transforma. Os "restos mortais" das matas dariam muito dinheiro para produzir energia ou, sei lá, outras riquezas. As cabeças dos políticos, sobretudo após o 25 de Abril, só criam piolhos. Pior: querem convencer o Zé que também tem a cabeça cheia deles (piolhos).
António, nunca me fizeste mal. Afinal era mais feliz no teu tempo do que agora com estes pseudo-democratas. Pior: eu nessa altura sabia que não devia votar em ti. Agora.... não sei em quem hei-de votar tal a baixeza a que chegou a "idoneidade" dos mandantes.
Hoje, 31 de Agosto de 2009, ainda há muitas matas a arder em Portugal. Vão ficar negras durante alguns anos. Vão prometer reflorestá-las o mais rápido possível. Vão deixar apodrecer as árvores que se queimaram e não mais voltarão a ficar verdejantes. Vão prometer tudo, excepto um pequeno exame de consciência a fim de, olhando para trás, verificarem que nada fizeram para melhorar este País. Mas têem "lata" para se considerarem os "salvadores da pátria". Pátria dos Portugueses ou deles?
Vendilhões!!!!........

terça-feira, 21 de julho de 2009

GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO


GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO,
I Volume, de Altino Moreira Cardoso

Trata-se, na realidade, de um “grande cancioneiro” não só pelo elevado número de canções (600 neste volume) como pelo elevado número de páginas em cada um dos três cancioneiros.
A biografia do Autor é demasiado resumida não se prevendo, no início da leitura e análise, o que irá acontecer ao longo do 1º volume. A minha análise levou-me a descobrir que, genericamente, é conhecedor de história e de literatura Portuguesa. Se foi o A. que recolheu, gravou e realizou as partituras tenho de concluir que tem boas bases e muita prática de formação musical. O mesmo não pude concluir quanto aos seus conhecimentos musicais a nível da informática bem como sobre etnomusicologia. Concretizando: a escrita musical é de muito difícil leitura exactamente por não conhecer as potencialidades do “finale 2006” que diz ter usado na escrita das partituras. Utilizou, para introduzir o texto debaixo da música, o “A” de “text block” em vez da “pena” de “edit lyrics”. Como resultado as sílabas ficaram deslocadas e aglomeradas tornando a entoação, para o melhor dos músicos, bastante complexa. Neste conjunto de 600 canções há meia dúzia que foram revistas, notando-se bem a diferença na apresentação da partitura.
Um outro aspecto em que noto falhas é a “não” referência dos locais de recolha da maioria das canções. São poucas as identificadas com o seu lugar de proveniência. Muitas, sobretudo as que se referem à cultura do vinho e da vinha, creio não haver dúvidas podendo, no entanto, merecer um lugar de referência mais preciso numa tão vasta região vinhateira. Outras podem, perfeitamente, dizer-se oriundas do Minho ou de outras províncias do nosso pequeno País. Diga-se, porém, e em abono da verdade que Altino Cardoso tem, neste primeiro volume, uma enorme colecção de cantigas que revelam um grande esforço de organização e de pesquisa, constituindo uma obra de referência e, certamente, de consulta obrigatória para as gerações vindouras. Bem haja.
A seu tempo falarei, depois de satisfazer a minha curiosidade, do 2º e 3º volumes.
Costa Gomes

sexta-feira, 10 de julho de 2009

MÁRIO LOPES E A POLÍTICA EDUCATIVA

" SÓ RUINAS"
A Educação, a bateria e a especialização

Ao contrário da Economia, da Justiça ou da Saúde, em que são habitualmente chamados a pronunciar-se os profissionais da área respectiva, na Educação todos se sentem habilitados a dar palpites sobre o sector e sobre as reformas que são ou não necessárias. Cada vez mais, o estatuto da Educação se assemelha ao do futebol: como toda gente deu pontapés na bola na infância e na adolescência, acha que domina a arte de colocar a bola no fundo da baliza.
Na Educação, também todos passámos pelos bancos da escola e/ou somos pais e, por isso, nos sentimos habilitados a dar palpites sobre Educação e a fazer os mais definitivos diagnósticos sobre o sector.
Basta ligar a televisão ou um qualquer jornal, para vermos políticos,
economistas, psicólogos, psiquiatras, advogados, jornalistas ou fabricantes de garrafas a pronunciarem-se de cátedra sobre o assunto. E aqui reside o principal erro que se comete em Portugal em matéria de Educação. Há a ideia generalizada de que este não é uma matéria que exija especialização. Contudo, qualquer professor consciente sabe que, pelo contrário, é um sector que exige uma enorme especialização e experiência.
Há muitos anos atrás, quando um grupo de adolescentes queria formar uma banda de garagem, quem ficava a tocar bateria era quem não sabia tocar nenhum outro instrumento. Hoje a bateria é motivo de teses de mestrado, mas numa época de pouco conhecimento considerava-se que qualquer pessoa era capaz de dar umas batidas nos pratos. Na política portuguesa também é assim: para ministro da Justiça escolhe-se um advogado ou um juiz, para a pasta da Economia escolhe-se um economista, para a pasta da Saúde vai um médico ou professor de Saúde Pública. Para a Educação, vai qualquer um. Não
é necessário nem especialização nem o conhecimento do sector. Extraordinário!
Ninguém se lembraria de escolher um veterinário para ministro das
Finanças, mas toda a gente achou natural que a economista Manuela Ferreira Leite ascendesse à pasta da Educação. Também toda a gente achou normal que os engenheiros mecânicos Couto dos Santos e Marçal Grilo (este com algum contacto com o sector) passassem a inquilinos do prédio da 5 de Outubro. Ou que David Justino, autarca e professor do ensino superior, ocupasse as mesmas funções.

Nada mais pacífico, por isso, que Santana Lopes tivesse convidado uma especialista de telecomunicações para o cargo, com os resultados trágicos que se conhecem. Posto isto, quem se admiraria ao ver José Sócrates convidar uma professora de Sociologia, sem qualquer currículo conhecido na área do ensino básico ou secundário para o cargo? Aliás, parece que todas as profissões dão excelentes currículos para ministro da Educação, excepto uma: a de professor dos ciclos de ensino respectivos!

Quando foi conhecido o nome de Maria de Lurdes Rodrigues para a pasta da Educação, todos se interrogaram quem seria a nova titular, uma vez que ninguém a conhecia. Além de algumas obras publicadas, que nada tinham a ver com o ensino secundário, sabia-se que era presidente do Observatório das Ciências em Portugal. Contudo, logo os jornalistas descobriram uma "qualidade" na nova ministra que a qualificava para o cargo: era conhecido o seu mau feitio. Não demorou muito a que os portugueses demorassem a descobrir que o critério "mau feitio" era extensivo aos seus secretários de Estado. Um critério, no mínimo estranho, numa pasta que envolve milhões de pessoas e em que a capacidade de comunicação deveria ser prioritária.

Existem quase 150 mil professores em Portugal a trabalhar no ensino
básico e secundário, mas, ao que parece, nenhum sabe suficientemente de educação para desempenhar o cargo. É caso para perguntar o que fazem estes milhares de professores durante dias, meses, anos ou décadas de profissão. Se dia após dia, não se estão a especializar em Educação, então o que estão a fazer?
Aprender a fazer horários, conciliando uma complexidade de factores,
não é especialização? Dirigir uma escola não é especialização? Gerir uma turma de alunos desestruturados não é especialização? Contudo, parece que em Portugal, todo este conhecimento fundamental não habilita nenhum dos profissionais de Educação a dirigir o ministério respectivo. Extraordinário!
Ao invés, parece que o que habilita alguém para o cargo é nunca ter
dado uma aula na vida no sector que vai dirigir! Ou que não faça a mínima ideia do que sejam as dinâmicas dentro de uma sala de aula. Não será esta sistemática ostracização dos professores, afinal, uma falta de consideração da classe política para com os profissionais de Educação deste País?
Como se pode conceber que conhecer o sistema por dentro nada valha
para a classe política? Como se admite que, se não me falha a memória, nem um único professor tenha sido convidado para ocupar o cargo de ministro ou de secretário de Estado neste País nas últimas décadas? Será que aos professores do ensino básico e secundário está reservado o estatuto de menoridade mental e profissional, apesar das provas de bom senso que revelam todos os dias?
Com o devido respeito, enquanto cidadão, considero que os professores têm cumprido incomparavelmente melhor as suas funções do que a classe política. Se alguma dúvida houvesse, bastaria ver o estado em que encontra este País.

As estatísticas e o sucesso educativo
Os portugueses têm assistido, com alguma perplexidade, às queixas da senhora ministra da Educação sobre as taxas de insucesso e abandono escolar. Afinal, a um ministro da República não se pede que se queixe, mas que resolva os problemas. Para isso tem, primeiro, de conhecer a realidade. Contudo, os argumentos que a senhora ministra e os seus secretários de Estado têm trazido para a comunicação social mais não revelam que um profundo desconhecimento do trabalho produzido nas escolas.
As questões são simples e quem está no terreno conhece as soluções há muitos anos. O entendimento entre os professores não é difícil e, regra geral há consenso sobre a forma de resolver os problemas. Aliás, os profissionais, seja qual for o ramo de actividade, conhecem sempre muito bem os problemas da sua área de actuação e, por isso, as soluções também são geralmente consensuais. As dificuldades surgem quando aparecem políticos, que não conhecem a verdadeira dimensão dos problemas, a Governar sectores que não dominam. O resultado traduz-se invariavelmente em contestação dos profissionais em causa e medidas avulsas e inconsequentes.
Há anos que os professores deitam as mãos à cabeça com as medidas
apresentadas pelos sucessivos governos, cada uma pior que a outra. Com a sua proverbial paciência, professores e conselhos executivos tentam implementar o que, muitas vezes, não tem qualquer viabilidade ou aderência à realidade. Se a autonomia das escolas lhes permitisse rejeitar muitas das directivas absurdas que lhes chegam anualmente, por certo, muito dinheiro pouparia o País e muita eficácia ganhariam as escolas.

Mas vamos às queixas da senhora ministra. Para responder a estes
questões, não precisamos de comissões de sábios ou de espertos (tradução livre do Inglês), qualquer professor esclarecido conhece as soluções. Porque é que os alunos não completam o 12º ano? A resposta é curta e simples: o elevado grau de abstracção dos actuais programas do 12º ano não é compatível com o perfil de uma parte significativa da população escolar.
O problema não está nos alunos nem nos professores nem nos pais nem sequer no sistema de ensino, mas nos programas, que foram criados com a função de preencher anos pré-universitários. Ora, quem não tem perfil universitário - e são muitos - também não tem perfil para frequentar o actual 12º ano. Se o País quer que a generalidade dos alunos completem o 12º ano tem de lhes propor outras competências, de menor abstracção e complexidade, seja através de cursos profissionais ou outros. E ponto final.

Volto à questão da necessidade de especialização da escola. O Ministério da Educação olha para a população escolar como uma massa uniforme e, por norma, propõe soluções universais para problemas bem distintos. Erro crasso.
Já dizia, Descartes que os problemas complexos se devem decompor em problemas simples, para que se possam resolver.

Por outro lado, convém lembrar que a responsabilidade das políticas educativas erráticas e inconsequentes é da classe política, não dos docentes, que apenas as executam . Ora, com a democratização do ensino, toda a população jovem passou a ter acesso à escola. E com ela chegaram novos problemas às escolas que exigiriam soluções diferenciadas. Contudo, o Ministério da Educação continua a comportar-se como se a população escolar tivesse a mesma homogeneidade de há 30 anos. Não tem. A população escolar de hoje é altamente heterogénea, uma consequência da universalidade do ensino.

Os três nós górdios do ensino secundário
1) O atraso mental ligeiro
Numa linguagem simplificada, eu diria que há três tipos de novos utentes que acederam à escola nas últimas duas ou três décadas e que têm sido ignorados pela classe política. Uma dessas classes, de que nunca se fala, é a população escolar menos favorecida intelectualmente. Não há que ter pudor ou vergonha em falar no assunto, eles existem, há que assumir essa realidade.
Há 30 anos, não passavam do 1º ciclo, hoje frequentam o terceiro ciclo e pretende- se que cumpram no futuro 12 anos de escolaridade.
A população escolar não deve ser dividida numa grande maioria, inteligente, e numa pequena minoria, deficiente. Não. Há uma fatia intermédia da população escolar que, não sendo considerada deficiente, possui, no entanto, o que definiria, ainda que sem rigor científico, como grau de atraso mental ligeiro. Todavia, não é politicamente correcto admitir que existem alunos intelectualmente
limitados, todos preferem assobiar para o lado e fingir que o problema
não existe.
Por certo, até hoje nenhum ministro da Educação se lembrou de pedir o perfil da população escolar em termos de Quociente de Inteligência (QI). Seria um exercício interessante confrontar esses resultados com as exigências dos programas escolares. Ora, o Ministério da Educação continua a exigir a estes jovens menos dotados intelectualmente aquilo a que eles não conseguem corresponder.
Numa estimativa meramente empírica, baseado na minha própria
experiência de professor, diria que esta população não andará longe dos 10%, o que, concordemos, é um número muito significativo.
Na minha opinião, há que olhar para este problema de forma integrada
pois os cursos profissionais apenas o resolverá em parte. Não esqueçamos que, num mundo globalizado, cada vez se exige mais dos profissionais, seja qual for a área. E hoje, exige-se muito a um electricista, um jardineiro ou um mecânico, bem mais do que estes alunos poderão eventualmente dar.
Por isso, mesmo depois de formados, dificilmente estes jovens poderão competir de igual para igual no mercado de trabalho. As limitações intelectuais não desaparecem só porque frequentaram cursos de formação e, por isso, seria importante que o Governo criasse bolsas de trabalho protegidas, quer no Estado quer no sector privado, através de protocolos com as empresas.
Não entendo, por exemplo, porque é que pessoas com QI médio ocupam postos de trabalho no sector da limpeza, quando este, por ser menos exigente, deveria ser um sector de mercado de trabalho protegido dirigido para pessoas de QI baixo, que dificilmente conseguirão emprego estável noutras áreas. O que a sociedade não pode é marginalizar estes jovens nem deixar de lhes oferecer uma colocação profissional compatível com as suas limitações intelectuais. E ao ignorar as suas limitações, o Estado está a empurrar involuntariamente estes jovens para a marginalidade social.

2- a) O mundo das famílias desestruturadas
O segundo tipo de utente que tem acedido à escola nas últimas décadas é o das chamadas famílias desestruturadas. Antes de 25 de Abril de 1974, estes jovens eram perseguidos e marginalizados pelos próprios professores, seguindo as directrizes e as práticas do Ministério da Educação. Se não eram expulsos, eram tão maltratados que acabavam por abandonar as escolas na primeira oportunidade.
Contudo, hoje fazem parte da população escolar e, reconheça-se, de
pleno direito. No entanto, mais uma vez, o Ministério da Educação não os reconhece como segmento de população escolar diferenciado e remete a solução dos problemas que causam no normal desenrolar da vida escolar para as escolas, sem os correspondentes meios.
Aqui, as soluções para a resolução deste problema dividem-se. A Alemanha decidiu criar escolas de nível regular, médio e máximo e dar aos pais a opção de escolherem a escola dos seus filhos. A formação dos professores, ao que me informaram, também é diferenciada: os das escolas regulares têm competências reforçadas ao nível do comportamento e integração social e os das outras escolas ao nível científico. Confesso que me inclino, cada vez mais, para esta opção porque é a que mais atenção dá aos diversos públicos-alvo.

A outra opção passa por manter a actual heterogeneidade das turmas. Contudo, também aqui há limites inultrapassáveis, como o número de alunos problemáticos a nível de comportamento por turma. Por norma, um professor consegue gerir satisfatoriamente uma turma com um ou dois alunos problemáticos, mas jamais conseguirá gerir com sucesso turmas com 10 ou 15 alunos problemáticos. Neste caso, o rendimento escolar fica irremediavelmente comprometido. Bem pode o professor "fazer o pino", pois em Educação não há milagres.
Ora, hoje em dia o Ministério da Educação impõe que as turmas só possam ser desdobradas se tiverem mais de 30 alunos, exceptuando se tiverem alunos com algum tipo de deficiência. Ora, os alunos desestruturados não são deficientes e, por isso, hoje há turmas com 10 ou 15 alunos problemáticos integrados em turmas de 30 alunos. O resultado só pode ser trágico, quer para os alunos problemáticos, que não têm a atenção que lhes é devida, quer para os restantes, que não conseguem aprender o que deviam. Obviamente, a culpa aqui não é dos professores, mas das regras absurdas impostas pelo Ministério
da Educação.
Ainda nesta opção, é absolutamente indispensável que a indisciplina
orgânica não se torne norma na aula. A sala de aula é um local de trabalho, não o prolongamento do recreio. Contudo, cada vez é mais difícil distinguir o recreio da sala de aula. Ou é o auscultador que o aluno coloca mais ou menos discretamente no ouvido, ou é o telemóvel, ou o caderno e o livro que não são trazidos para a aula, ou a conversa irreverente com o parceiro do lado enquanto o professor tenta explicar a matéria, tudo isto perturba enormemente uma aula e reduz drasticamente a aprendizagem.
Ora, esta indisciplina orgânica deve ser muito mais penalizadora para o aluno do que é actualmente. A solução, do meu ponto de vista, passa por criar um núcleo disciplinar dentro de cada escola. Se um aluno desrespeita sistematicamente as regras de comportamento na sala de aula, deve ser obrigado a sair, mas não para regressar 10 ou 15 minutos depois à aula seguinte, continuando a ter o mesmo comportamento. Alguém que é expulso de uma aula por mau comportamento deveria ficar até ao final do horário escolar numa sala
disciplinar, acompanhado por dois professores, com o perfil adequado para o efeito. Isto já é feito, com êxito, em escolas americanas.
Outra medida poderia passar pela mudança compulsiva de turma ou até, de estabelecimento de ensino, bastando para tal uma avaliação negativa do comportamento do aluno, devidamente fundamentada, por parte do conselho de turma. Só assim, o combate à indisciplina será suficientemente dissuasor. O actual modelo do processo disciplinar, burocrático, interminável e permissivo, não tem qualquer eficácia e deveria ser reservado apenas a casos de violência, física ou verbal. Muitas vezes, quando chega ao fim o processo disciplinar, já acabou o ano lectivo. E, na maior parte das vezes, a pena é tão simbólica que põe o sistema a ridículo.

2-b) A violência na escola
Ainda dentro do capítulo das famílias desestruturadas, é preciso considerar o caso-limite da violência nas escolas, que afecta, sobretudo, a periferia das grandes cidades. O Ministério da Educação não pode remeter o problema para as escolas, lavando daí as suas mãos como Pilatos. Pior ainda quando decide acusar de incompetência os professores e as escolas em dificuldade, com o extraordinário argumento de que há escolas que têm êxito em situações idênticas.
Aliás, nos célebres vídeos da RTP, a estratégia do secretário de Estado
passou (surpresa!) por tentar culpabilizar os professores em causa pela violência nas aulas, quando se percebe claramente que há naqueles alunos uma agressividade perfeitamente anormal que exigiria um apoio especializado acrescido àquelas escolas. Aliás, esta é a estratégia recorrente dos responsáveis do Ministério da Educação: quando algo não está bem, a culpa é invariavelmente dos professores. É a visão simplex da Educação.
No caso dos vídeos na RTP, seria previsível que os responsáveis do ME
tomassem medidas para resolver os problemas de violência nas escolas. Todavia, logo surgiu a notícia de que o Ministério iria tentar acusar a direcção das escolas de violação do direito de imagem, apesar de ninguém ser identificado na reportagem. Fantástico!
3- O problema da motivação
Um terceiro grupo problemático é o dos alunos que, devido a problemas de motivação ou bloqueios emocionais não conseguem ter um rendimento escolar normal. Muitas vezes, falta de motivação e de resultados não implica mau comportamento nas aulas. Muitos factores podem estar associados a estes problemas. Um deles é conhecido como hiperactividade ou défice de atenção. Segundo o pedopsiquiatra Nuno Lobo Antunes, 7,5% da população escolar tem este problema. Numa escola de 1300 alunos, 100 alunos sofrerão assim deste problema. Uma multidão.
E qual é a resposta do Ministério da Educação para este problema, que
exige tratamento médico especializado? A informação que tenho é que a única consulta do Estado na região, localizada no Hospital de Leiria, tem uma lista de espera de 7 meses... No sector privado, uma consulta da especialidade pode chegar aos 100 euros, bem longe do alcance da maioria dos pais.

Diante deste cenário, que razão tem a senhora ministra da Educação
para se queixar dos maus resultados escolares dos alunos? Além destes, existem muitos outros problemas de saúde que explicam o baixo rendimento dos alunos, como dislexia, problemas de visão, audição, etc., muito mais frequentes do que se pode imaginar e que dificilmente os professores conseguem detectar.
Ainda relativamente à motivação, que soluções propõe o Ministério da
Educação para os inúmeros casos de falta de acompanhamento dos alunos por parte dos pais? É um erro de palmatória pensar que os professores podem substituir os pais no acompanhamento parental. Com 5 ou 6 turmas de 25 a 30 alunos e horários rígidos, perfazendo 100 a 150 alunos a seu cargo diariamente, os professores não têm nem tempo nem vocação para fazer esse acompanhamento. O resto não passa de fantasias delirantes. Ponto final.
A "solução" do Ministério da Educação de alargar os horários escolares
para permitir o melhor acompanhamento desses alunos dificilmente terá qualquer eficácia. Primeiro, porque não é em 45 minutos ou mesmo 90 minutos que se consegue dar o mínimo de acompanhamento parental a grupos de 5, 10 ou 15 alunos. Em segundo lugar, mais horas num horário escolar já sobrecarregado soa como um castigo extra para os alunos, que, ao fim do dia, já estão
cansados e stressados e só querem ir para casa descansar.
Outra medida inconsequente são as chamadas aulas de substituição. Se elas são compreensíveis no 1º ou 2º ciclo, dada a tenra idade dos alunos, que exige uma supervisão apertada, o mesmo não acontece no 3º ciclo e no ensino secundário, onde os alunos já dispõem de razoável autonomia. O argumento da senhora ministra de que se os alunos não estiverem na sala de aula andam pelos cafés a embebedarem-se não colhe.
Em primeiro lugar, se as escolas não estão vedadas, é obrigação do
Ministério da Educação fazê-lo. Os alunos devem permanecer no espaço escolar durante o tempo do horário escolar. E a esmagadora maioria dos alunos portugueses não são bêbados nem toxicodependentes, são jovens que precisam de brincar e de socializar, coisa que sempre fizeram de forma saudável. Com esta medida, a senhora ministra impede os alunos de o fazer no recreio.
A consequência é que transformam o espaço da sala de aula, que deveria ser sagrado e reservado ao estudo, no recreio. Os resultados desta medida em termos de cultura escolar são, obviamente, catastróficos.
As medidas piedosas e populistas do Ministério da Educação, que podem parecer óptimas para pais e leigos na matéria, traduzem-se afinal em mais custos para os contribuintes e resultados nulos. Este é mais um exemplo de que a Educação precisa de especialização e que os especialistas deste sector não são gestores, sociólogos ou engenheiros mecânicos, mas professores.

E, já agora, qual é a penalização (ou incentivo) para os pais que nem sequer vão à escola quando são solicitados? Será que o sucesso educativo não passa pela responsabilização de todos os intervenientes no processo educativo? Muito francamente, não me parece sério um discurso que só procura responsabilizar uma das partes e se demite totalmente de responsabilizar os outros intervenientes no processo. Ou será que o Ministério da Educação optou por afrontar apenas os professores por serem apenas 150 mil e não tem coragem de responsabilizar pais e alunos, por estes serem 3 ou 4 milhões?

A avaliação dos professores
a) Os "maus professores"
Em quase 20 anos de ensino, contam-se pelos dedos de uma mão os
comportamentos não responsáveis de professores que observei. Por isso, é com perplexidade que ouço falar da necessidade de punir os "maus professores". De que País estamos a falar: da Somália, do Sudão ou do Burkina Faso?! Com certeza os professores são humanos, terão seguramente personalidades muito diferentes, qualidades e defeitos, mas, se há classe que me merece confiança, é a dos professores.
De resto, numa profissão sujeito ao escrutínio de tanta gente, dificilmente algum professor não cumprirá as suas obrigações. Qualquer aluno, encarregado de educação ou professor se pode queixar ao conselho executivo da escola e todas as queixas são tidas em conta, consideradas e dado o devido encaminhamento. Os casos poderão depois ser passados à inspecção que os analisa a pente fino e, mesmo assim, raras são as condenações de professores.
Só quem não percebe nada do que são as escolas portuguesas - e muitos são, incluindo a maioria dos jornalistas - consegue acreditar na fantástica tese de que o problema do ensino secundário reside na qualidade dos professores. Lembro que a quase totalidade dos professores são pessoas formadas e, como já sublinhei, têm de dar diariamente provas de bom senso. Na verdade, o que falta nas escolas são regras eficazes a todos os níveis e flexibilidade na gestão.
Por isso, é lamentável que a campanha de difamação dos professores
parta precisamente dos responsáveis do Ministério da Educação. E mais lamentável ainda é que num dia lancem lama sobre a classe, para logo no dia seguinte virem dizer que não era bem assim, e que a culpa é do jornalista que deu a notícia. A senhora ministra acusou os professores de só se preocuparem com as boas turmas e de as colocarem de manhã para os funcionários da escola colocarem lá os seus filhos. Ora, isto é uma acusação claríssima de corrupção.


Em quase 20 anos de profissão, nunca observei tal prática e, por isso,
considero que a senhora ministra difamou os professores. Em primeiro lugar, com a natalidade em queda, não me parece que os professores tenham assim tantos filhos e menos ainda na escola onde leccionam. Da minha experiência, cada escola talvez tenha em média dois ou três filhos de professores a estudar na mesma escola enquanto há 20 ou 30 turmas por escola. Além disso, muitos são os professores que têm os filhos a estudar noutras escolas, públicas ou privadas.
Por aqui se vê que essa acusação não tem qualquer base de sustentação. No entanto, a ser verdade esta prática nalguma escola, a obrigação da senhora ministra era mandar a Inspecção averiguar, não lançar lama contra uma classe profissional inteira.
Por outro lado, a comparação dos professores com os médicos é, uma
vez mais, reveladora do desconhecimento que a senhora ministra tem da profissão docente no ensino secundário. A cura da doença dos pacientes só depende do médico, mas a aprendizagem dos alunos não depende só do professor. Só por desonestidade intelectual e/ou leviandade se podem comparar situações tão distintas.

b) A avaliação fantasma dos pais
Os alunos não aprendem por um conjunto variado de factores, que já
atrás referi, e dos quais o Ministério da Educação é o principal responsável. Os professores fazem o melhor que podem e sabem. De resto, a intenção persecutória dos responsáveis do Ministério da Educação contra os professores e as suspeitas públicas quanto ao seu profissionalismo são claras. A última afronta é a proposta de Estatuto da Carreira Docente.
Com efeito, a proposta de avaliação dos professores por parte dos
encarregados de educação parte da suspeita não confessada de que os professores não são responsáveis. Assim, os pais (supostamente cidadãos responsáveis) controlariam os professores (supostamente profissionais irresponsáveis). A medida, tão populista como perversa, mereceu a reprovação da maior parte dos partidos, do Bloco de Esquerda ao CDS, e até da generalidade dos comentadores, sempre tão benevolentes com os actuais responsáveis do 5 de Outubro.
A proposta não sobrevive ao mais rudimentar escrutínio. Primeiro, como podem os pais avaliar professores, se nem sequer os conhecem? Por outro lado, se não os conhecem, as informações em que se baseiam são transmitidas pelos filhos, de 10, 13 ou 16 anos! Ora, que maturidade tem uma criança ou adolescente para avaliar um professor?


Por outro lado, é preciso não esquecer que entre professor e aluno também existe uma relação de poder. E deixar na mão de um adolescente o poder de avaliar o educador é uma total perversão. O poder do educador não pode ser diminuído pelo receio de uma revanche do aluno. No limite, uma turma de marginais terá o professor na mão, porque se este os afrontar leva com uma avaliação negativa e o seu salário será diminuído. Em termos de relação de poder, é como se um juiz passasse a ser avaliado pelas pessoas que tem de julgar! Um completo absurdo.
E nem a tentativa da senhora ministra de tentar fugir à questão, dizendo que este é apenas um acto de avaliação, entre muitos outros, é minimamente admissível. Não é por ter menos peso que a proposta se torna mais séria ou aceitável! Além disso, um trabalhador não pode ver o seu desempenho avaliado por factores subjectivos, de que nunca poderá recorrer, deve ser avaliado em função de critérios objectivos. A avaliação profissional é uma coisa séria, não pode ser uma lotaria.
A insinuação de que os professores não querem ser avaliados é outra
peça na campanha contra a classe que circula pelos média. A verdade é que os professores já eram avaliados até aqui, dependendo a aprovação da frequência de acções de formação e do cumprimento das tarefas atribuídas. É certo que o processo de avaliação não era muito exigente, mas a responsabilidade é, naturalmente, dos responsáveis do Ministério da Educação que aprovaram essa legislação, não dos professores, que se limitaram a cumprir o estipulado.

c) O mito da falta de assiduidade
Faço aqui um parêntesis para abordar a questão da assiduidade, que
tem sido alvo de uma campanha demagógica contra a classe docente. Em primeiro lugar, o ensino é uma profissão maioritariamente de mulheres. Ora, tradicionalmente, quem cuida dos filhos quando estes estão doentes são as mulheres, sem falar que mulheres engravidam e, por isso, também têm por vezes de faltar por razões de saúde. Por isso, é natural que a assiduidade seja menor entre os professores que noutras profissões. Qual é a alternativa? Querem que as professoras deixem os seus filhos ao abandono?
Por outro lado, a falta de um professor tem uma repercussão social
ampliada. Quando um funcionário falta numa repartição o utente raramente dá por isso. No caso dos professores, quando um deles falta um único dia, há 150 alunos que dão pela sua falta e que contam a 300 pais. No total, a falta de um único professor é notada por quase meio milhar de pessoas.

Por outro lado, não entendo porque os professores não podem repor as aulas em que têm de faltar. Bastaria que, para tal, fosse marcado no horário escolar uma mancha para esse efeito. Aqui está um mecanismo de gestão que, incompreensivelmente, não é utilizado e que poderia minorar bastante os efeitos das ausências pontuais dos professores.
Por outro lado, é preciso entender que os professores têm horários
extremamente rígidos e a um simples atraso de 5 minutos, devido a trânsito intenso ou outro motivo imprevisto, pode corresponder uma falta de um dia inteiro, se essa for a única aula do dia, ou, no mínimo, a 1/4 de dia de falta.
Quantos profissionais deste País têm penalizações tão gravosas, embora compreensíveis, por atrasos de 5 minutos?
ser diminuído pelo receio de uma revanche do aluno. No limite, uma turma de marginais terá o professor na mão, porque se este os afrontar leva com uma avaliação negativa e o seu salário será diminuído. Em termos de relação de poder, é como se um juiz passasse a ser avaliado pelas pessoas que tem de julgar! Um completo absurdo.
E nem a tentativa da senhora ministra de tentar fugir à questão, dizendo que este é apenas um acto de avaliação, entre muitos outros, é minimamente admissível. Não é por ter menos peso que a proposta se torna mais séria ou aceitável! Além disso, um trabalhador não pode ver o seu desempenho avaliado por factores subjectivos, de que nunca poderá recorrer, deve ser avaliado em função de critérios objectivos. A avaliação profissional é uma coisa séria, não pode ser uma lotaria.
A insinuação de que os professores não querem ser avaliados é outra
peça na campanha contra a classe que circula pelos média. A verdade é que os professores já eram avaliados até aqui, dependendo a aprovação da frequência de acções de formação e do cumprimento das tarefas atribuídas. É certo que o processo de avaliação não era muito exigente, mas a responsabilidade é, naturalmente, dos responsáveis do Ministério da Educação que aprovaram essa legislação, não dos professores, que se limitaram a cumprir o estipulado.

c) O mito da falta de assiduidade
Faço aqui um parêntesis para abordar a questão da assiduidade, que
tem sido alvo de uma campanha demagógica contra a classe docente. Em primeiro lugar, o ensino é uma profissão maioritariamente de mulheres. Ora, tradicionalmente, quem cuida dos filhos quando estes estão doentes são as mulheres, sem falar que mulheres engravidam e, por isso, também têm por vezes de faltar por razões de saúde. Por isso, é natural que a assiduidade seja menor entre os professores que noutras profissões. Qual é a alternativa? Querem que as professoras deixem os seus filhos ao abandono?
Por outro lado, a falta de um professor tem uma repercussão social
ampliada. Quando um funcionário falta numa repartição o utente raramente dá por isso. No caso dos professores, quando um deles falta um único dia, há 150 alunos que dão pela sua falta e que contam a 300 pais. No total, a falta de um único professor é notada por quase meio milhar de pessoas.
Por outro lado, não entendo porque os professores não podem repor as aulas em que têm de faltar. Bastaria que, para tal, fosse marcado no horário escolar uma mancha para esse efeito. Aqui está um mecanismo de gestão que, incompreensivelmente, não é utilizado e que poderia minorar bastante os efeitos das ausências pontuais dos professores.
Por outro lado, é preciso entender que os professores têm horários
extremamente rígidos e a um simples atraso de 5 minutos, devido a trânsito intenso ou outro motivo imprevisto, pode corresponder uma falta de um dia inteiro, se essa for a única aula do dia, ou, no mínimo, a 1/4 de dia de falta. Quantos profissionais deste País têm penalizações tão gravosas, embora compreensíveis, por atrasos de 5 minutos?
Além disso, é uma profissão muito exigente em termos de cansaço e desgaste psíquico. Um dia inteiro a lidar com adolescentes irreverentes é uma tarefa duríssima, sobretudo, quando se tem de lidar com turmas problemáticas, sem falar no trabalho que os professores levam para casa. Por isso, por vezes, quando um professor está "de rastos", nada mais lhe resta que parar um dia, mesmo perdendo um dia de férias, para recuperar energias ou até a sua sanidade mental.
Seguramente, não é por causa da assiduidade dos professores que o ensino está mal. A única excepção sucede quando um professor está de atestado médico menos de um mês, uma vez que a legislação só permite a substituição se a ausência for igual ou superior a um mês. O incumprimento do programa agrava-se ainda mais quando a instabilidade da saúde professor o leva a pôr sucessivos atestados médicos de curta duração.
São casos raros, mas acontecem e penalizam bastante os alunos. No
entanto, cabe ao Ministério da Educação modificar essa legislação e encontrar soluções mais criativas para que os alunos não fiquem sem aulas tanto tempo.
d) Avaliação sim, mas objectiva
De qualquer forma, quem não deve não teme e os professores não têm qualquer problema em ser avaliados, desde que os critérios sejam objectivos e estejam relacionados directamente com o seu trabalho. Não é aceitável que a sua avaliação dependa dos resultados dos alunos, pela simples razão de que os resultados dependem de muitos outros factores, além do trabalho do professor.


Por exemplo, um professor com turmas problemáticas nunca pode ter os mesmos resultados que um professor com bons alunos. Por outro lado, isso seria mais um convite ao facilitismo porque, naturalmente, pressionaria os professores a inflacionar as classificações dos alunos.
Por outro lado, é clara a intenção deste Governo ao fixar numerus clausus no acesso ao topo da carreira e não querer pagar aos professores, independentemente
do seu mérito ou competência. Ora, como quer o Governo
atrair para a carreira bons profissionais se não lhes paga em consonância? A proletarização da classe docente é uma realidade típica de países de Terceiro Mundo, não de países civilizados. E mal vai Portugal se tenciona continuar a desvalorizar a profissão de professor.
Parafraseando a magnífica frase de Medina Carreira há alguns dias na
RTP, também "eu gosto dos determinados, mas é quando acertam." Como já aqui demonstrei, a nomeação desta equipa da Educação é um monumental erro de casting e o País vai pagar caro a política populista e voluntarista que está a ser seguida neste sector. Em vez de mobilizar energias, Maria de Lurdes Rodrigues mais não faz do que incendiar o País e comprar guerras inúteis e despropositadas com os professores. O descrédito da actual equipa da Educação é total nas escolas portuguesas e, por mais que isto custe a José Sócrates, tal não se deve a questões salariais, mas ao facto da sua competência não ser reconhecida. Não se governa um País com base em estatísticas, sobretudo, quando não se percebe o que está por detrás desses números. E quanto mais Maria de Lurdes Rodrigues brande
desajeitadamente as estatísticas, mais expõe a sua ignorância e se põe a ridículo aos olhos dos professores. E muito mal vai uma organização quando os subordinados não reconhecem a competência do chefe.

Mário Lopes.
in: http://www.tintafresca.net/noticia.aspx?sID=3202&EdicaoUltima=68

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Eis um "DIRECTOR" PROFESSOR...


QUINTA-FEIRA, 22 DE JANEIRO DE 2009
Discurso da tomada de posse do director da Escola Secundária de Paredes. Se todos os directores fossem assim, a escola pública estaria salva



1. Os estudantes reclamaram, na semana passada, a demissão da Senhora Ministra da Educação, protestando contra a figura do director de escola.
Nas duas marchas da indignação, em Lisboa, onde estive presente, 120 000 professores aprovaram moções rejeitando a figura do director de escola.
A Plataforma Sindical dos professores chama comissários políticos aos futuros directores de escola.
Os jornais falam, no mesmo parágrafo, do guloso suplemento remuneratório dos directores de escola e do prato de lentilhas que Jacob vendeu a Esaú.
Compreendam, pois, que eu não deva nem queira permanecer em silêncio, nesta sessão de tomada de posse como director da escola secundária de Paredes.
2. Nós, os membros do Conselho Executivo que hoje cessa funções, tomámos posse no dia 9 de Junho de 2005. Completámos os 3 anos de mandato, portanto, no passado dia 9 de Junho de 2008, dia em que a legitimidade democrática de que estávamos investidos foi substituída por uma espécie de unção administrativa, que tolhe e embaraça quem desconfia da santidade dos óleos da tutela.
Solicitámos por isso ao Senhor Presidente da Assembleia de Escola que, à medida da lei, desencadeasse com urgência o processo de eleição do director.
Mandava a prudência que eu não me tivesse apresentado como candidato a director. Lembre-se o Verão quente de 2005, marcado por uma inédita, e, à época, abusiva, requisição civil dos professores vigilantes dos exames nacionais. Lembre-se a duplicação do horário de trabalho dos professores mais velhos. Lembre-se a reforma fruste da educação, que todos conhecemos, contestada nas manifestações gigantescas de Lisboa e nas duas greves que paralisaram a escola.
Vacilei, contudo, na virtude cardeal, quando deixaram em cima da minha secretária de trabalho um rol de folhas assinadas pela esmagadora maioria dos professores e funcionários da escola, a solicitar que me candidatasse ao cargo de director. Como já tinha vacilado naquele Março marçagão, com cheiro de Abril, enquanto descia pela avenida da Liberdade, respirando o ar puro da solidariedade, bem longe da abafação que se vivia na escola.
3. A verdade é que este não é um tempo para faltas, omissões ou cobardias. Basta os que – porque estão doentes ou porque estão velhos – já solicitaram a sua resignação, aliás, justa e merecida.
Por mim
Não me conformo com a falta de autonomia da escola pública e com esta tradição secular de obediência submissa que faz vergar os joelhos e perder altura; Não me conformo com os discursos macios que querem encher a escola de objectividade, de mensurabilidade e de constrangimento; Não me conformo com os programas disciplinares mal feitos e com as disciplinas que são só áreas curriculares e não têm programas; Não me conformo com a concorrência desleal dos cursos por equivalências ou por competências, que se concluem num par de semanas; Não me conformo com o número esmagador de 17 disciplinas dos alunos do ensino básico; Não me conformo com uma escola de falsas ilusões que não promove a cultura, nem o método, nem o rigor, nem a exigência, nem a disciplina, nem o trabalho; Não me conformo com as actividades de recreio que infantilizam os alunos, confundem os pais e diminuem os professores, e são desonestamente conhecidas como aulas de substituição; Não me conformo com a lei do subsídio que distingue os alunos à porta da cantina pela cor do bilhete que exibem; Não me conformo com o estatuto do aluno nem com direitos associativos e reivindicativos de crianças com 10 anos de idade; Não me conformo com a maré viva de dinheiro arrastado pelo ensino profissional a troco de aprendizes incompetentes e de estatísticas balofas; Não me conformo com um sistema competitivo perverso de acesso ao ensino superior que distribui de forma igual a angústia pelos filhos e pelos pais; Não me conformo com a avaliação do desempenho dos professores porque abjuro a avaliação do desempenho dos pais; Não me conformo com o estatuto da carreira docente que separa, divide e afronta os professores; Não me conformo com os pais que não reconhecem o trabalho supletivo excepcional da maioria dos directores de turma; Não me conformo com o vencimento ofensivo que o Estado paga aos funcionários administrativos e aos auxiliares educativos; Não me conformo com a quota de 5% de excelentes na avaliação anual dos funcionários nem com os efeitos práticos dessa avaliação – um aumento líquido de 17 euros para 3 anos consecutivos de classificação excelente; Não me conformo com um sindicato manso que não reage à despromoção do vínculo laboral dos funcionários públicos que perderam no dia 1 de Janeiro de 2009 a nomeação definitiva que os ligava ao Estado; Não me conformo com a falta de qualidade dos transportes escolares; Não me conformo com o frio regelado das nossas salas de aulas; Não me conformo com uma escola sem balneários individuais que protejam a intimidade dos alunos; Não me conformo com uma escola sem posto médico e com quartos-de-banho medievais; Não me conformo com a falta de condições de trabalho dos professores; Mas também não me conformo com a requalificação escolar, se o preço a pagar for o do ajuste directo até 1 milhão de contos; Não me conformo com a escola a tempo inteiro – espécie de entidade adoptante afectiva que absorve o tempo e o direito dos pais a estarem com os filhos; Não me conformo com o fim da gestão democrática das escolas e deixo aqui o compromisso público de renunciar ao lugar de director da escola se a maioria dos professores reclamar um exercício incompetente. Não me conformo com o dia do prémio do diploma porque a escola não presta tributo ao dinheiro mas aos anjos da catedral de Chartres; Finalmente, não me conformo com a avaliação dos professores porque depende de um “perfil ideal de aluno” e eu acredito que a liberdade tem asas de oiro.
4. Reforço a preferência, já manifestada em outro lugar, pela subjectividade em vez da objectividade, pela conversação em vez da comensuração e pela persuasão em vez do constrangimento.
É urgente tomar o espaço de intervenção. O núcleo da questão é, claro, a autonomia da escola. Está visto que o caminho a percorrer não pode ser apenas o da auto-avaliação e o da avaliação externa – caminho que, à sombra da política real, apenas valida o príncipe de Salina; é necessário mudar mais do que uns fragmentos, e escolher novos parceiros para o caminho – necessariamente os pais e a autarquia.
O sentido só pode ser o da crença na comunidade educativa local inscrita na matriz anglo-saxónica do associativismo. O que se propõe é aceitar o desafio que o futuro próximo há-de trazer, o de desligar a escola do poder central e vinculá-la ao poder local. Fora deste caminho, a escola pública irá transformar-se lentamente na escola daqueles que estão fora do arco social; os outros, como já está a acontecer, rumarão para as escolas particulares.
Uma última palavra de enorme satisfação para dizer que os professores João Ribeiro, Paula Costa e Marília Gomes aceitaram fazer parte da próxima direcção executiva da escola.
Queria também reconhecer publicamente, à professora Maria Manuel Fernandes, o serviço prestado à escola e a dedicação carinhosa e permanente aos alunos, principalmente àqueles que mais precisavam – os do regime educativo especial.
5. Por singular coincidência esta cerimónia coincide com a tomada de posse do presidente dos Estados Unidos. Faço aqui o voto de que alguma da chuva de esperança que parece abençoar o novo presidente possa cair também na nossa escola.
Muito obrigado. Francisco Queirós
Director da Escola Secundária de Paredes

domingo, 12 de abril de 2009

RESSUSCITOU; NÃO ESTÁ AQUI.



Haverá maior e melhor notícia sobre a terra do que esta? A morte, que ninguém deseja, foi vencida!... O grão de trigo que caiu à terra, morreu, renasceu e transformou-se numa imensa seara. Está escrito. Ainda ninguém conseguiu provar que é uma mentira. E esta verdade, a princípio "inacreditável", já estava anunciada na "Velha Lei" dos Profetas. O próprio ressuscitado, antes de morrer, já havia afirmado que tal Lhe aconteceria. Mas... era uma verdade tão maravilhosa, tão grandiosa, tão inédita... que até os seus amigos- ora vejam Tomé- tiveram dificuldade de a aceitar. Ma-ra-vi-lha........ Nova esperança para a humanidade: nada do que fazemos fica sem sentido, sem eco, sem resposta. A morte não tem a última palavra. Depois.... VIDA ETERNA.
As boas mulheres, que acompanharam Jesus até à sepultura, não tiveram tempo de prestar as devidas honras ao corpo do seu querido amigo. Foi tudo à pressa. Depois de começar a escurecer não se podia sepultar ninguém pois o dia seguinte era muito santo: a Páscoa Judaica. Aproveitaram (as mulheres) o dia seguinte ao sábado Judaico, logo de manhãzinha, para ir ao túmulo e "acabar" o trabalho. Qual o espanto delas ao verem o túmulo aberto!... Espreitaram melhor. Um vulto, com a forma de anjo, sentado onde deveria estar Jesus, pergunta: - Quem procurais? A Jesus de Nazaré? Ressuscitou; não está aqui.
Espantadas, não guardaram para si próprias tão grande novidade. Foram, a correr, contar aos que ficaram em casa, cheios de medo da possível vingança dos judeus. Eis a maravilhosa missão da mulher. Insubstituível. Não pode deixar de falar. Não pode deixar de comunicar e anunciar. Não pode ter medo de, ao ouvido e ao coração de seu filho, contar tudo o que é belo, tudo aquilo em que o seu coração acredita, tudo o que é bom para seu filho. Agora e no futuro. Não foi assim com as nossas MÃES? E temos algum motivo para não as reverenciarmos por serem assim? Mulher-Mãe corajosa; Mulher-Mãe fiel ao que prometera junto do altar; Mulher-Mãe sempre atenta aos que a rodeiam; Mulher-Mãe de coração tão magnânimo que não cabe neste mundo; Mulher-Mãe sempre em oração, mesmo com os lábios cerrados sem saber o que dizer, pedindo um mundo melhor sobretudo para o(s) filho(s) gerado(s) em seu ventre.
De um modo ainda mais sublime, Cristo gerou-nos para estarmos sempre com Ele e n'Ele, numa paz e alegria que jamais nos será retirada. Aqui e do outro lado da vida. Compete-nos, aqui e agora, enquanto é dia, enquanto temos lucidez para o raciocínio lógico ouvir, ler, pensar, dialogar, continuar a sua missão, sermos a sua boca, os seus braços, as suas pernas, os seus olhos junto dos outros dando-lhes a mão, abrindo-lhes o ouvido, levando-os a anunciar as maravilhas que Deus realizou em favor dos homens.
Alegrai-vos. ALELUIA.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

HOJE É SEXTA-FEIRA SANTA


Sexta-feira Santa de 2009. Dia de silêncio. Dia de espera(nça). Jesus morreu... mas predisse que a morte não teria a última palavra. Ficamos à espera. Incrédulos. Ele que ressuscitou mortos acaba de se deixar matar! Mistério! Vamos, também, esperar. As centenas de Italianos também morreram e vão hoje a sepultar. Não tiveram tempo de dizer nada. Morreram, simplesmente. A sua esperança, com certeza, existia antes do acontecimento. Assim pensam, com absoluta certeza, os familiares que restam e agora choram a partida dos seus entes queridos. Nós também esperamos que estejam "vivos". Seria sem sentido a vida sem esperança. Como dizia Santo Agostinho: "o nosso coração foi feito para Ti, Senhor, e não descansa enquanto não estiver, definitivamente, Contigo". Partiu, também, o meu primo com trinta anos. Com cancro. E a sua avó ainda não sabe pois está no hospital a recuperar de uma queda. Porquê, Senhor? Dissestes que devíamos "aceitar" a vontade do Pai. Aliás, com convicção ou não, dizemo-lo sempre que, distraidamente, recitamos o Pai nosso: "Seja feita a Vossa vontade tando na terra como no céu". Mas, Deus meu, custa tanto a aceitar esta ideia de morrer. Só acreditando muito em Vós! Como disse o Vosso filho - que palavras maravilhosas Ele proferia! - "Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, não produzirá fruto; mas se morrer dará 30, 40, 100 por cada grão". Nós sabemos isto. O lavrador sabe disto. Todos nós sabemos que sem este(s) grão(s) de trigo não poderemos viver, fisicamente. Mas... daqui até aceitarmos ser grão de trigo vai a distância de uma pequena "fé" que nem chega ao tamanho de um "grão de mostarda". Somos mesmo duros de coração, duros de entendimento, impenetráveis aos mistérios de um Deus que nos amou de tal modo que, para nos tornarmos seus filhos, amigos e herdeiros, nos ofereceu o Seu próprio Filho que Se deixou matar para que tivéssemos "VIDA".
Vale a pena parar e reflectir. De onde vimos? Para onde vamos? O que fazemos por aqui? Que significado tem o sentimento de medo da morte latente em todo o ser humano? Não seremos um "projecto" de Deus para a eternidade? Um projecto de amor?

sexta-feira, 20 de março de 2009

EM QUALQUER "MAGALHÃES" PERTO DE SI:


O Ministério da Educação nem "IDUCA" nem instrui....... simples mente "magalhães"..........!
Eis alguns dos pequenos grandes erros que apresenta. Depois.... há muita ILETERACIA.... Pudera!

AH! Peço desculpa. Os calhaus (da imagem) estão demasiado burilados!....

* "Cada automóvel só pode mover horizontalmente ou verticalmente. Tu deves ganhar espaço para permitir ao carro vermelho de sair pelo portão à direita."
* "O Tux escondeu algumas coisas. Encontra-las na boa ordem."
* "Carrega nos elementos até pensares que encontras-te a boa resposta. (...) Nos níveis mais baixos, o Tux indica-te onde encontras-te uma boa cor marcando o elemento com um ponto preto. Podes utilizar o botão direito do rato para mudar as cores no sentido contrario."

* "Dirije o guindaste e copía o modelo."

* "Abaixo da grua, vai achar quatro setas que te permitem de mexer os elementos."

* "O objectivo do quebra-cabeças é de entrar cifres entre 1 e 9 em cada quadrado da grelha, frequentemente grelhas de 9x9 que contéem grelhas de 3x3 (chamadas 'zonas'), começando com alguns números já metidos (os 'dados'). Cada linha, coluna, e zona só pode ter uma vez um símbolo ou cifre igual." (nota: instruções para o jogo sudoku)

* "Carrega em qualquer elemento que tem uma zona livre ao lado dele. Ele vai ir para ela."

* "Enfia a bola no buraco preto á direita."

* "Com o teclado, escreve o número de pontos que vês nos dados que caêm."

* "O objectivo do jogo é de capturar

Ao princípio do jogo 4 sementes são metidas em cada casa. O jogadores movem as sementes por vês. A cada torno, um jogador escolhe uma das 6 casas que controla. (...) Se a última semente também fês um total de 2
ou 3 numa casa do adversário, as sementes também são capturadas, e assim de seguida. No entanto, se um movimento permite de capturar todas as sementes do adversário, a captura é anulada (...). Este interdito é ligado a uma ideia mais geral, os jogadores devem sempre permitir ao adversário de continuar a jogar."

* "Aceder ás actividades de descoberta."

* "Pega as imagens na esquerda e mete-las nos pontos vermelhos."

* "Carrega e puxa os elementos para organizar a historia." (nota: "historia" é repetidamente escrito sem acento)

* "Saber contar básicamente."

* "Move os elementos da esquerda para o bom sitio na tabela de entrada dupla."

* "Puxa e Larga as peças no bom sitio." (nota: "sitio" nunca é escrito com acento)

* "Com o teclado, escreve o número de pontos que vês nos dados que caêm."

* "Primeiro, organiza bem os elementos para poder contar-los (...)."

* "Carrega no chapéu para o abrires ou fechares. Debaixo do chapéu, quantas estrelas consegues ver a moverem? Conta attentamente. Carrega na zona em baixo à direita para meter a tua resposta."

* "Treina a subtracção com um jogo giro. Saber mover o rato, ler números e subtrair-los até 10 para o primeiro nível."

* "Quando acabas-te, carrega no botão OK ou na tecla Entrada."

* "Conta quantos elementos estão debaixo do chapéu mágico depois que alguns tenham saído."

* "Olha para o mágico, ele indica quantas estrelas estão debaixo do seu chapéu mágico. Depois, carrega no chapéu para o abrir. Algumas estrelas fogem. Carrega outra vês no chapéu para o fechares. Deves contar quantas ainda estão debaixo do chapéu."

* "Lê as instruções que te dão a zona em que está o número a adivinhar. Escreve o número na caixa azul em cima. Tux diz-te se o número é maior ou mais pequeno. Escreve então outro número. A distância entre o Tux e a saída à direita representa quanto longe estás do bom número. Se o Tux estiver acima ou abaixo da saída, quer dizer que o teu número é superior ou inferior ao bom número."

* "Tens a certeza que queres saír?"

* "Aprende a escrever texto num processador. Este processador é especial em que obriga o uso de estilos (...)"

* "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde. Podes estilizar o teu texto utilizando os botões à esquerda. Os quatro primeiros permitem a escolha do estilo da linha em que está o cursor. Os 2 outros com múltiplas escolhas permitem de escolher tipos de documentos e temas coloridos pré-definidos."

* "Envia a bola nas redes"

* "É preciso saber manipular e carregar nos botões do rato fácilmente."

* "O objectivo é só de descobrir como se podem criar desenhos bonitos com formas básicas (...)."

* "O objectivo é de fabricar um forma dada com sete peças."

* "Quando o tangram for dito frequentemente ser antigo, sua existência foi somente verificada em 1800."
(nota: explicação do tangram, um quebra-cabeças tradicional chinês)

* "Mexe as peças puxando-las. Carrega o botão direito nelas para as virar. Selecciona uma peça e roda à volta dela para a rodar. Quando a peça pedida estiver feita, o computador vai reconhecer-la (...)."

* "Reproduz na zona vazia a mesma torre que a que está na direita."

* "Reproduzir a torre na direita no espaço vazio na esquerda."

* "Puxa e Larga uma peça por vês, de uma pilha a outra, para reproduzir a torre na direita no espaço vazio na esquerda."

* "Move a pilha inteira para o bico direito, um disco de cada vês."(nota: as quatro últimas frases são as instruções dos jogos
"Torres de Hanoi" e Torres de Hanoi simplificadas" - "Hanoi" sem acento no "o")

* "Torno dos brancos" (nota: a vez de jogar das peças brancas num jogo de xadrez)

* "Joga o joga de estratégia Oware contra o Tux."


PURREIRO PÀH!

segunda-feira, 9 de março de 2009

"Bestas Quadradas"...


Já me havia insurgido e "excomungado" o computador magalhaes e a propaganda que dele vem sendo feita. Agora surgiram, para confirmar o meu pensamento sobre o "bicho", inúmeros erros ortográficos.
Com a devida vénia de Francisco Trindade, mesmo sem lhe pedir autorização mas mais para dizer que estou com ele, transcrevo uma peça do seu blogue.


A Língua de Camões tratada por "Bestas Quadradas"...


Lê-se e não se acredita. "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde", lê-se nas instruções do processador de texto - isso mesmo: "gravar-lo e continuar-lo". "Dirije o guindaste e copía o modelo", explicam as instruções de um puzzle - "dirije" com "j" e "copía" com acento no "i". "Quando acabas-te, carrega no botão OK" - "acabas-te", em vez de "acabaste". Tudo isto se pode ler nas instruções dos jogos que vêm instalados de origem no computador "Magalhães", o orgulho do Governo de Sócrates.
Se tem em casa um "Magalhães", confirme: ao iniciar o computador, escolha o ambiente de trabalho Linux (Caixa Mágica 12 Mag). No menu, vá aos jogos - por ironia, estão no ícone "Aprender". Em cada jogo, leia as instruções (o ícone é um ponto de interrogação). Foi isso que fez esta semana o deputado José Paulo Carvalho - o que descobriu deixou-o perplexo.
Os erros são às dezenas (o Expresso encontrou mais de 80, e a certa altura deixámos de contabilizar erros repetidos) e para todos os gostos. Há gralhas evidentes ("attentamente") e erros imperdoáveis. "Encontra-las" e "encontras-te", em vez de "encontra-as" e "encontraste"; "contar-los" em vez de "contá-los"; "caêm" em vez de "caem"; "contéem" em vez de "contêm"; ou ainda a incrível conjugação do verbo fazer - "fês" em vez de "fez". Num jogo somos instruídos a mover "um disco de cada vês", noutro devemos "carregar outra vês no chapéu" (no "Magalhães", "vez" tem relação com o verbo ver). No xadrez, a vez das peças brancas é o "torno dos brancos".Ao pé destes casos, é quase pecado venial o desprezo por vírgulas e acentos. Há acentos que faltam ("historia", "sitio", "agua"...), outros estão onde não deviam (sobretudo nos advérbios de modo: "básicamente", "fácilmente"), há acentos graves onde deviam ser agudos ("á direita", "ás actividades").
Numa língua aparentada com o português, encontramos frases como esta: "O objectivo do quebra-cabeças é de entrar cifres entre 1 e 9 em cada quadrado da grelha" (nas instruções do sudoku). Ou esta, na explicação do tangram, um quebra-cabeças chinês: "Quando o tangram for dito frequentemente ser antigo, sua existência foi somente verificada em 1800". E ainda esta pérola: "Carrega em qualquer elemento que tem uma zona livre ao lado dele, ele vai ir para ela."Este português macarrónico está nos computadores pessoais que já foram entregues a mais de 200 mil crianças do primeiro ciclo (ainda estão 150 mil à espera) e até foram oferecidos por Sócrates aos chefes de Estado e de Governo dos 22 países presentes na última cimeira ibero-americana. A 23 de Setembro, ao entregar os primeiros "Magalhães", Sócrates não escondia o orgulho: "O dever de um Governo é proporcionar uma boa educação. Foi por isso que avançámos com este projecto". O deputado José Paulo Carvalho denuncia estes "erros grosseiros de ortografia, gramática e sintaxe" num requerimento que entregou ontem na Assembleia da República. No documento, a que o Expresso teve acesso, o ex-parlamentar do CDS (actualmente deputado não inscrito) questiona Maria de Lurdes Rodrigues sobre o que chama o "novo idioma oficioso do Ministério da Educação (ME): o 'magalhanês'".
José Paulo Carvalho deixa muitas questões ao ME. Vão ser substituídos os programas informáticos instalados nos computadores já entregues às crianças? Quando? Como? Quem suportará os custos dessa operação? O Ministério considera que esta situação é da sua responsabilidade? Se não, quem é responsável? "O Ministério da Educação efectuou alguma avaliação dos conteúdos do 'Magalhães', ou limitou-se a distribuí-lo e promovê-lo sem mais? Se fez essa avaliação aos conteúdos, como é possível que erros tão grosseiros e repetidos não tenham sido detectados?" E pede uma auto-avaliação ao ME: de 0 a 20, que nota daria a estes textos?
Os linguistas acham inconcebível o sucedido e denunciam a precipitação e negligência com que o Ministério vem trabalhando.
A Sociedade de Língua Portuguesa diz que os erros no Magalhães são "o espelho da desorganização e negligência de um órgão com grandes responsabilidades na educação dos jovens". Ao Expresso, a presidente da direcção, Elsa Rodrigues dos Santos, afirmou que "o tratamento destes textos foi feito por quem não conhece minimamente a língua portuguesa. Incumbia ao Ministério da Educação a tarefa de rever e dar a redacção correcta. Não o fez, colocando-se numa posição inadmissível" in Expresso. É uma vergonha...a "menina dos olhos" do Pinócrates, o qual andou a distribuir Magalhães por tudo o que era sítio, incluindo a países estrangeiros, está cheio de erros de "palmatória"...
Não me digam que a culpa é de quem fabricou o software...A culpa está sim no Ministério da Educação e na balofa da Lurdes, que na sua cruzada contra os professores, não tiveram tempo nem vontade de verificar os computadores que com pompa e circunstância andaram por aí a espalhar...Alguém tratar mal a língua portugues é péssimo, mas quando é o próprio Ministério a não se preocupar com ela, não há palavras...
Mas também de um Ministério dirigido e composto por Bestas Quadradas (com perdão das bestas) que podemos esperar??? ...

In Blogue de Francisco Trindade

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

ATITUDE COVARDE...


Vergonhosa a atitude cobarde e traiçoeira cometida contra L.P., homem bom, profissional competente de quem nunca ouvi a mínima queixa !!!!!!! Já disse há muitos anos que se devem definir, com muita clareza, os critérios de actuação perante este tipo de alunos que "nada querem da escola". O sistema obriga-os a estudar; e eles nada mais fazem do que perturbar. O sistema quere-os com uma "formação digna da Europa" e exige que sejam os professores, mesmo sem condições, a chegar a esses resultados. O sistema promove a educação sexual antes de lhes ensinar o ABC. O sistema dá-lhes o "magalhães" não para progredir nas aprendizagens mas para os entreter "fazendo de conta". Eles, os alunos, já sabem mais do que aquilo que os pais e professores lhes ensinaram. Basta que brinquem e, mais tarde, aproveitem as "novas oportunidades". Já viram até onde foi a "brincadeira"?
Eles abusam da autoridade civil, policial, paternal e de quantas estão legitimamente constituidas. Mas, quando confrontados com a justiça nada lhes acontece. Afinam-se as leis pelos gostos, discutíveis, dos mandantes desta velha Europa: nem os pais podem dar um estalo no "filhinho" pois este pode denunciá-los à justiça. Será preciso mais para acontecer o cáos social? Isto não significa "ser adepto" da violência com os meninos. Mas... alguma vez alguém morreu por levar umas palmadas no rabo ou um estalo no momento certo? Os professores, hoje mais que nunca, têm de agir logo no primeiro momento implicando todos os enc. de ed. nos problemas quando estes interferem com o bom funcionamento de uma aula. Têm de convocar conselhos de turma com a presença de todos os enc. de ed. e, sem papas na língua, apontar o menino A ou a menina B como desordeiros , desinteressados e promotores da "não educação" o que contraria toda a razão da existência de um professor que, infelizmente, parece que já não se pode chamar "EDUCADOR". Podem ter a certeza que a maior parte dos Pais seriam severos com os indisciplinados pois, estes, impedem que os seus filhos progridam normalmente. Alguém desejaria o contrário? E, então, seriam eles a propor as regras do jogo e a forçar as mudanças necessárias na formação de turmas. Seriam eles a questionar o modo de fazer a integração dos repetentes e indisciplinados nas turmas. Os professores são subjugados pela Lei e escusam de protestar. Eles, porém, não teriam problema algum em fazê-lo.
Meu amigo L.P. não desistas. Todos os colegas te estimam e vão levar este incidente até às últimas consequências dependendo, naturalmente, da sensibilidade do "homem" que irá julgar o caso. Uma das maiores alegrias ainda é ter a consciência tranquila.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

TIO DE ALUNO ESPANCA PROFESSOR


Eis um exemplo das "amplas" liberdades conquistadas pelos filhos do 25 de Abril: as pinturas murais. A "mosca" não pode ver a brancura do colarinho lavado de fresco!!!!
Um professor de Inglês foi agredido, ontem ao final da tarde quando saia o portão da EB2,3 Dr. Francisco Sanches, alegadamente, pelo tio de um aluno do 5º ano que tinha sido expluso da aula por estar a fazer barulho.
A vítima foi socorrida e transportada pelos Bombeiros Voluntários de Braga para o Hospital de S. Marcos por volta das 19 horas. Depois de receber tratamento hospitalar às várias escoriações na face e na cabeça, o professor recebeu alta perto das 21 horas.

“Estava no conselho pedagógico quando fui confrontado com alguns colegas preocupados porque o tio de um aluno tinha entrado na escola, ameaçado fisicamente e insultado tudo e todos com nomes impróprios”, começou por contar ao ‘Correio do Minho’ o presidente do conselho executivo da escola, Jorge Amado.

O tio acabou por sair daquele estabelecimento de ensino, mas quando o professor chegou ao portão para se ir embora foi, alegadamente, surpreendido pelo tio do rapaz. “Empurrou o professor e esmurrou-o violentamente na cara e na cabeça. Ficou com sangue a sair pela boca, pelo nariz e pelos ouvidos”, disse, ainda visivelmente transtornado, o responsável. E atirou: “esta atitude foi premeditada, não foi um acto espontâneo. Ele esperou pelo professor à porta e depois de lhe bater foi embora de carro como se nada tivesse acontecido. O professor nem teve tempo de reagir”.

Depois do sucedido, “foi apresentada queixa à PSP com todos os factos referentes ao caso e a matrícula da viatura em que o tio se foi embora com o aluno”. Entretanto, o caso também vai ser entregue ao Ministério da Educação.
O motivo da alegada agressão está, segundo o presidente do conselho executivo, na participação disciplinar do mau comportamento do aluno, que o docente de Inglês apresentou ontem à tarde.

“O professor chamou a atenção do aluno por estar a interromper o teste, fazendo barulho com os pés. O rapaz, de 11 anos, não obecedeu e o docente levou-o ao conselho executivo”, informou o presidente, com base na participação feita pelo professor de Inglês.
Depois da participação disciplinar o estudante foi ao conselho executivo para cumprir uma tarefa na biblioteca. “Quando regressou à sala disse que o conselho executivo não fez nada e que o pai ia dar um murro ao professor”.

Jorge Amado garantiu que o mau comportamento do rapaz já não é de agora. Ao que parece o aluno está repleto de “queixas”. “Tenho aqui uma data de participações desse aluno por estar a perturbar a aula, por não fazer os trabalhos de casa, por não trazer o caderno diário”, assegurou o representante da escola, referindo-se, ainda, “às cartas registadas que foram enviadas para a encarregada de educação pelo mau comportamento sistemático do filho”.

Os alunos, lamentou Jorge Amado, “reflectem os pais que têm e esta situação lamentavelmente, é antiga, já não é de agora. O aluno não respeita ninguém e tem algumas faltas”.
O professor agredido, segundo o presidente, é “pacífico e muito calmo. É o tipo de professores que não faz este tipo de participação, mas hoje (ontem) foi o limite”, defendeu.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

NOVAS OPORTUNIDADES... Novo oportunismo


EIS A OPINIÃO DE ALGUÉM QUE COMEÇOU A FREQUENTAR AS NOVAS ......

As novas oportunidades podiam ser algo de interessante,se funcionassem como deve ser; isto é, o processo RVCC apenas certificava quem tinha os conhecimentos necessários, enquanto o EFA dava a formação necessária a quem não a tinha.
Mas não é assim e eu sei do que falo. Tenho alguns meses de frequência no EFA secundário, mas quando percebi que me queriam mesmo impingir um diploma, tratei de me pôr ao fresco.

Em primeiro lugar somos obrigados a escrever a nossa história de vida,coisa que não acho minimamente ética, pois a vida pessoal é de cada um, que deve ser livre de a contar ou não. Também nunca percebi para que serve tal obrigação e até o facto de querem fotos e tudo.

O resto baseia-se em seis trabalhos, sobre os temas de vida, e um projecto final.
Quanto à formação que era suposto ser dada,ficou muito reduzida e ainda assim só aconteceu por insistência de alguns (poucos) formandos e creio que de alguns formadores que tentavam levar a coisa mais a sério. Mas era muito pouca e rápida. Aquilo que nós aprendiamos ou que tinhamos capacidade para aprender não contava para nada.

Apenas os trabalhos davam créditos. São necessários, no mínimo, 44 de um total de 88 créditos possíveis.

Quanto ao referencial de competências chave não serve para nada, pois a pessoa pode ser certificada e nem conseguir escrever uma frase sem dar meia dúzia de erros, já para não dizer que os trabalhos podem ter sido feitos por terceiros.
Também me apercebi que os trabalhos iriam ser corrigidos até à exaustão, até não restar uma única vírgula fora do lugar e claro, estarem lá no mínimo os 44 créditos.

Com tanta correcção alguns trabalhos serão mais obra dos formadores que dos formandos.
Mas tem que ser assim, o governo quer e as escolas ou entidades que ministram os cursos querem receber o subsídio, que já ouvi dizer não é pouco...

O projecto final também tem que se lhe diga. Por exemplo, se o formando estiver a construir uma casa pode aproveitar o projecto feito pelo arquitecto...

Os cursos EFA secundário têm uma carga horária de 1150 horas, ao longo de mais ou menos 18 meses, que bem aproveitados em formação dariam melhor resultado.

Quanto à assiduidade nem é bom falar: as pessoas já sabem que vão ter o diploma de qualquer maneira, portanto não estão para se chatear.

Tem razão o José Sérgio Costa quando fala na possível desmotivação dos alunos do ensino regular, face a estes facilitismos. Uma vez coloquei essa questão ao coordenador de curso... não obtive resposta.
Muito mais havia para dizer, mas fico por aqui...

Filipa Lopes