sexta-feira, 10 de abril de 2009

HOJE É SEXTA-FEIRA SANTA


Sexta-feira Santa de 2009. Dia de silêncio. Dia de espera(nça). Jesus morreu... mas predisse que a morte não teria a última palavra. Ficamos à espera. Incrédulos. Ele que ressuscitou mortos acaba de se deixar matar! Mistério! Vamos, também, esperar. As centenas de Italianos também morreram e vão hoje a sepultar. Não tiveram tempo de dizer nada. Morreram, simplesmente. A sua esperança, com certeza, existia antes do acontecimento. Assim pensam, com absoluta certeza, os familiares que restam e agora choram a partida dos seus entes queridos. Nós também esperamos que estejam "vivos". Seria sem sentido a vida sem esperança. Como dizia Santo Agostinho: "o nosso coração foi feito para Ti, Senhor, e não descansa enquanto não estiver, definitivamente, Contigo". Partiu, também, o meu primo com trinta anos. Com cancro. E a sua avó ainda não sabe pois está no hospital a recuperar de uma queda. Porquê, Senhor? Dissestes que devíamos "aceitar" a vontade do Pai. Aliás, com convicção ou não, dizemo-lo sempre que, distraidamente, recitamos o Pai nosso: "Seja feita a Vossa vontade tando na terra como no céu". Mas, Deus meu, custa tanto a aceitar esta ideia de morrer. Só acreditando muito em Vós! Como disse o Vosso filho - que palavras maravilhosas Ele proferia! - "Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, não produzirá fruto; mas se morrer dará 30, 40, 100 por cada grão". Nós sabemos isto. O lavrador sabe disto. Todos nós sabemos que sem este(s) grão(s) de trigo não poderemos viver, fisicamente. Mas... daqui até aceitarmos ser grão de trigo vai a distância de uma pequena "fé" que nem chega ao tamanho de um "grão de mostarda". Somos mesmo duros de coração, duros de entendimento, impenetráveis aos mistérios de um Deus que nos amou de tal modo que, para nos tornarmos seus filhos, amigos e herdeiros, nos ofereceu o Seu próprio Filho que Se deixou matar para que tivéssemos "VIDA".
Vale a pena parar e reflectir. De onde vimos? Para onde vamos? O que fazemos por aqui? Que significado tem o sentimento de medo da morte latente em todo o ser humano? Não seremos um "projecto" de Deus para a eternidade? Um projecto de amor?

Sem comentários: