quinta-feira, 1 de abril de 2010

NA CRUZ…. reconhecem-nos mais facilmente







Na Semana Santa comemoramos (relembramos) a Paixão, Morte e ressurreição de Jesus Cristo.
A muitos homens este facto histórico pode não lhes dizer nada. Não passa de mais uma condenação à morte que alguém sofreu outrora e que já passou. Quanto à sua ressurreição… fica para a crença de cada um constituindo, por isso, simplesmente um facto histórico para alguns crentes. Se quisermos ser sinceros com a nossa própria consciência e com tantas manifestações de religiosidade que vemos à nossa volta ou de que, mesmo sem querer, ouvimos falar, não podemos deixar de nos interrogar: afinal, quem foi este homem que, durante mais de dois mil anos, tem “provocado” tantos milhões de seres humanos?
Creio que a síntese da vida e obra de Jesus Cristo se encontra naquilo que se passou quando Ele ia desfalecendo, pregado na cruz de pés e mãos. A partir das suas últimas palavras talvez consigamos perceber melhor qual a missão e a grandeza deste “condenado”.
“Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc.23, 34). O perdão. Aprender a perdoar. Ele mostrou-o quando quando Pedro Lhe perguntou quantas vezes devia perdoar a qum o ofendesse: até sete vezes? A resposta de Jesus foi pronta: não até sete, mas até setenta vezes sete que, simbolicamente, significa SEMPRE. Também com a mulher adúltera apanhada em flagrante, a resposta de Jesus aos que a queriam apedrejar, foi desconcertante: “quem estiver sem pecado atire a primeira pedra”. E todos, a começar pelos mais velhos, se foram embora sem fazer mal à mulher. E Jesus preguntou-lhe: “mulher, ninguém te condenou? Também não te vou condenar. Vai e não tornes a pecar”. Em muitas outras situações, durante a sua vida de pregação, Jesus justificou, com actos, o perdão implorado, para os seus algozes, na cruz. Jesus Cristo é PERDÃO. Não será o que mais falta faz neste mundo violento em que vivemos?

Disse, ainda, na sua agonia, para o ladrão arrependido: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraiso” (Lc. 23, 45). Um dos ladrões condenados à morte de cruz, sabendo que diziam que Jesus era filho de Deus desafiou-O a, como tal, descer da cruz e, assim, salvar-se a si próprio e a eles. Mas os planos de Jesus não eram esses. O moutro ladrão, vendo a paciência com que Jesus sofria, sentiu que não estava junto de um homem qualquer nem, muito menos, de um criminoso. Achou que era um homem justo e alguém superior. Então, certamente conhecedor de alguns episódios milagrosos da vida do seu companheiro de suplício, implora: “lembra-Te de mim quando estiveres no teu reino” A misericórdia do condenado não o fez esperar: “hoje mesmo estarás comigo no Paraiso”.
Creio que nos falta, muitas vezes, a experiência da doença e do sofrimento para darmos valor à vida e, talvez, pensar que ela continua para além dos poucos ou muitos anos que andemos por aqui. E depois disto? O fim? O vazio? Não é isso que está inscrito no coração humano. Nós não queremos morrer mas viver para sempre. Como, então, encontrar o caminho para a “tal” vida eterna? Talvez o caminho do “ladrão arrependido”.

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