sábado, 3 de abril de 2010

RESSUSCITOU....




Ao terceiro dia, ressuscitou.
Será caso para perguntar: porque é que os escribas e fariseus, doutores na Lei Judaica, não conseguiram descobrir este anúncio nas Escrituras que “tanto” estudavam e de que se diziam os “verdadeiros” conhecedores, intérpretes e praticantes?! Mesmo os discípulos ouviram isto mesmo a Jesus mas, na hora, não pensaram ou não deram importãncia. Só com o sepulcro vazio, com o aparecimento às mulheres e aos dois discípulos de Emaús é que pararam e reflectiram. A vida é sempre uma “pressa”; uma pressa irreflectida. Resultado: inúmeras imprudências, tantas vezes fatais. Quem, de entre nós, ainda não experimentou esta realidade?
Foi ao terceiro dia. Morreu na sexta, primeiro dia (véspera da Páscoa Judaica), esteve na sepultura no sábado, segundo dia (dia de descanso e da Páscoa Judaica) e ressuscitou no dia seguinte, terceiro dia, dia a que os Cristãos haveriam de chamar, muito mais tarde, “dia do Senhor”: dies domini, dia do Senhor, domingo.
Este foi o grande dia, dia nunca acontecido, dia único na história da humanidade: alguém que havia sido morto, ressuscitou, voltou a viver e para sempre. Lázaro ressuscitou só por mais alguns anos mas voltou a morrer. Aconteceu para que Jesus mostrasse o poder e a glória do Pai. A ressurreição de Jesus é a grande novidade para toda a humanidade: todo aquele que acreditar no Seu nome (de Jesus) não morrerá para sempre mas viverá. O povo simples acredita nesta realidade sem grandes dificuldades. Não por ser simples e, quiçã, ignorante, mas por ter um coração “descomplicado”, pronto a aceitar a palavra do outro, a ter confiança na palavra dada, sem “manhosices”. O intelectual e pensador nem sempre é assim. Por um lado, ainda bem. Deve procurar razões para aquilo em que acredita, razões de viver, razões que fundamentem a sua crença já que esta deve ser o fundamento do seu modo de estar e agir. É a fé assente não só no coração mas também na razão. Esta fé não surge nos espíritos arrogantes, nos que desprezam o seu semelhante e o reduzem a uma “coisa” inferior.
Esta enorme, infinita alegria, deve-nos tocar profundamente. É que, depois da Ressurreição de Jesus Cristo, que quis ser nosso irmão (não esquecer o pai-nosso), também nós seremos ressuscitados com Ele. Ficaremos “alguns dias” na sepultura; mas não para sempre. Mesmo assim, só a nossa parte material é que irá para a sepultura. O espírito, não. Como seria possível a morte de um espírito?
Em Jesus Cristo temos a certeza de viver para sempre. Será assim tão estranho que Jesus tenha estado só três dias na sepultura e nós tenhamos de lá permanecer tanto tempo que ninguém será capaz de o contar?! Não creio. Se Jesus (e Maria), como diz a Escritura, foram concebidos sem pecado, como poderiam os seus corpos estar sujeitos à corrupção e desgaste provocado pela terra? Mesmo assim, fica a pergunta: e nós? Quando ressuscitaremos? Respondo: também ao terceiro dia. Só que as contas não são as nossas. Diz a Escritura: mil anos, para Deus, são como o dia de ontem que já passou. Estaremos na terra com Deus, se quisermos, se aceitarmos o seu desafio: amai-vos. Logo, logo a seguir – tudo passa num ai! – estaremos definitivamente com Ele.
Paulo, que não conheceu Jesus fisicamente, haveria de afirmar: se Cristo não ressuscitou é vâ a nossa fé e somos os mais infelizes dos homens. Mas ele, Paulo, acreditou no que lhe contaram, acreditou no sepulcro vazio e experimentou a alegria do perdão daquele a quem perseguia.
No acontecimento da ressurreição de Cristo eles, os apóstolos e restantes testemunhas, compreendem, a uma luz nova, todo o sentido da história do seu Povo, a história de Deus com o Seu Povo, e percebem que um futuro inauditamente novo se abre para eles, para o Seu Povo e , na convicção de Paulo, para a Humanidade inteira. E os homens de hoje não quererão fazer a experiência de "homens ressuscitados"? Até o mundo físico em que temos de viver acabaria por tornar-se "outro", como no princípio.
Alegrai-vos, aleluia.

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