quinta-feira, 1 de abril de 2010

NA CRUZ…. tudo foi realizado.




Quando, nos dias que nos são concedidos viver nesta terra, fazemos o que está ao nosso alcance em favor dos nossos irmãos e seguimos os ditames da nossa consciência, podemos dizer como Jesus: “Tudo está consumado” (Jo.19,30). A minha misão está cumprida. Posso partir em paz. A missão de Jesus estava a chegar ao fim. N’Ele realizou-se tudo quanto estava anunciado na antiga Lei. Agora entendem-se melhor as escrituras. Agora entende-se melhor a referência, meio milénio atrás, ao Servo de Javé, o servo sofredor que o povo Judeu nunca quis aceitar. Teria de ser um herói libertador da ditadura romana. O centurião, após a morte de Jesus, faria a maior profissão de fé: “na verdade este homem era filho de Deus”. E os sinais exteriores que rodearam o momento da sua morte facilmente nos conduzem a essa conclusão.
- Porque será que os homens, tão inteligentes e tão empreendedores, não têm a humildade suficiente para reconhecer a VERDADE? Porque terão medo dela se ela é libertadora?

Depois de tantas horas a sangrar devido às inúmeras chicotadas com metais nas pontas do mesmo, devido à caminhada com a cruz para o calvário e devido às seis horas que esteve, de pregos nos pés e nas mãos, na cruz o fim estava próximo. Aliás, está demonstrado cientificamente que ninguém aguentaria tanto tempo com vida nestas circunstâncias. Mas, mesmo saindo do seu corpo apenas água com algum sangue, diz Lc.23, 46 que Jesus deu um grande brado: “Pai, nas tuas mãos entyrego o meu espírito” e expirou. Foi uma entrega radical por amor a cada um de nós. Até se deixou matar. Podia, com um simples pensamento, evitar tudo isso. Mas quis ser como cada um de nós, excepto no pecado, o causador de toda a miséria humana. Ele pôs-se na pele de tantos e tantos seres humanos que, como Ele, são sacrificados injustamente. N’Ele podem encontrar o apoio, o abrigo, o abraço, o consolo e, por fim, a salvação que é a vida para sempre feliz. D’ele podem ouvir: “hoje mesmo estarás comigo no Paraiso”. Só nos pede a fé, a entrega, a vontade para fazermos, como Ele, a vontade do Pai que está nos céus. Amar a Deus e ao próximo. É muito?
Está tudo resumido na única oração que nos ensinou: o pai nosso. Neste tempo de reflexão há uma prece que deve brotar do nosso coração, mesmo sem abrir os lábios: “e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.
Santa Páscoa.

2 comentários:

Anónimo disse...

PARA SE PRATICARMOS GESTOS DE GENEROSIDADE OU CARIDADE E DE HUMANIDADE, NÃO PRECISAMOS QUE NOS IMPINJAM QUALQUER FORMA DE RELIGIÃO , HISTÓRIAS INVENTÁDAS, MAL CONTADAS ADULTERADAS E CONVENIENTES A QUEM AS CONTA. SOMOS BONS OU MENOS BONS. ATÉ OS ANIMAIS NOS DÃO GRANDES LIÇÕES. POR EXEMPLO QUANDO VIMOS UMA GATA A AMAMENTAR UM COELHO. e se acreditam nessas tais escrituras. PELAS OBRAS VOS HÃO-DE RECONHECER

A. Costa Gomes disse...

NOTA: não compreendo bem o comentário. Não sei se é uma crítica positiva ou negativa. Parece-me, porém, querer significar que que não faz falta qualquer religião para se ser bom. Aceito, em princípio, esta afirmação. Na realidade todo o ser humano capaz de "ler" a sua própria consciência vai, forçosamente, ao encontro de Deus. Chega à conclusão de que não podem coexistir dois deuses: um seria inimigo do outro, algo que é impensável em Deus. Este só pode ser todo bom, todo perfeito, todo infinito, todo sábio.... O exemplo da gata e do coelhinho é muito bom para chamar a atenção de que, até os animais, chegam a ser mais "humanos" que o próprio homem.
Note-se, porém, de que não estamos a impingir nada a ninguém. Os nossos Pais têm a obrigação de nos educar em todas as latitudes: humana e espiritual. Tal obrigação implica mostrar a seus filhos que háum Deus em quem acreditam e a quem querem servir. Não vai obrigar o filho a ir à escola e permitir que não vai à Catequese e/ou à Igreja. No homem, como um todo que é, não se pode separar a vida material e finita da vida espiritual e infinita. É isso que acreditamos. Vamos, porventura, separar estas facetas do crescimento? O tempo, na vida adulta, encarregar-se-á de nos permitir fazer escolhas. E as escolhas só são possíveis quando há, pelo menos, "duas balizas" para se ter a liberdade de direccionar a bola. Se não tenho nenhuma formação religiosa porque aqueles que "cuidaram" de mim só fomentaram uma formação orientada para a aquisição de uma "boa" posição social como posso, em termos de espiritualidade fazer qualquer escolha se nada conheço?
"Pelas obras vos hão-de conhecer". Será que, como dizia Saramago, a Bíblia é uma fonte de crimes? Apresente-se o primeiro que consiga fazer tal afirmação conseguindo-o provar. Vai ser necessário levá-lo a estudar a história das civilizações, desconhecedoras da Bíblia, para ver como procederam. Costa Gomes